João Pessoa, 07 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Como nem tudo são hipóteses, às vezes nos demos de suspender a fuga, esta precipitação em direção à coisa seguinte, coisa nenhuma, o transicionar fala alto. É Impressionante.
De um assunto para outro, o ser humano é muito difícil de resolver ou fazer. Uma hora atente, outra hora ignora, um dia está as mil maravilhas, no outro, envolto em cabeçadas.
Assim como o pintor chinês, ao ter sido feito prisioneiro, pediu se lhe podiam trazer tinta e um pincel, desenhou um caminho na parede e desapareceu, também estamos a mostrar uma possibilidade de se evadir, de entrar pelos 7 buracos da cabeça e escapar à encenação que faz dentro de outras cabeça.
Está lá no samba do Caetano Veloso: “a cabeça agora, a cabeça fora, cabeça adora, a cabeça nova”
A atenção à intimidade que desponta nos detalhes, ao imponderável, a tudo o que é esquivo, o que é passagem, de passagem, o que permanece misterioso e indecifrável nas paredes da memória e, claro, na existência, que leva-nos a escapar do teatro em que habitam muitas cabeças.
Mas escapar para onde? Talvez para a corrente das cartas apaixonadas onde estrelas são vestidas de personagens, e são atingidas pelas vibrações causadas pela agonia de um dia atrás do outro.
Mas não é preciso se agarrar a nenhuma corrente, sequer uma terceira outra, que não faz senão repetir as coisas. Somos todos desiguais, eu sei.
Cortem “a carne de vocês” e ouvirás uma insensatez sem sabor.
Alguns dos elos desta cadeia de muitas cabaças são, precisamente cabeças feitas no passado. E às vezes é justamente o oposto: cabeças de papel, como está no livro de Paulo Francis.
Ufa! Até que enfim, os centauros (foto) chegaram a Tambaú.
Sua benção, Santo Agostinho!
Kapetadas
1 – Sempre atraso minhas tarefas, mas é só para dar tempo de elas amadurecerem
2 – Rir é mastigar o absurdo sem precisar engolir.
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DIZ MP - 06/10/2025