João Pessoa, 07 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

A cabeça gira

Comentários: 0
publicado em 07/10/2025 ás 07h00
atualizado em 07/10/2025 ás 08h35

Como nem tudo são hipóteses,  às vezes nos demos de suspender a fuga, esta precipitação em direção à coisa seguinte, coisa nenhuma, o transicionar fala alto. É  Impressionante.

De um assunto para outro, o ser humano é muito difícil de resolver ou fazer. Uma hora atente, outra hora ignora, um dia está as mil maravilhas, no outro, envolto em cabeçadas.

Assim como o pintor chinês, ao ter sido feito prisioneiro, pediu se lhe podiam trazer tinta e um pincel, desenhou um caminho na parede e desapareceu, também estamos a mostrar uma possibilidade de se evadir, de entrar pelos 7 buracos da cabeça  e escapar à encenação que faz dentro de outras cabeça.

Está lá no samba do Caetano Veloso: “a cabeça agora, a cabeça fora,  cabeça adora, a cabeça nova”

A atenção à intimidade que desponta nos detalhes, ao imponderável, a tudo o que é esquivo, o que é passagem, de passagem, o que permanece misterioso e indecifrável nas paredes da memória e, claro, na existência, que leva-nos a escapar do teatro em que habitam muitas cabeças.

Mas escapar para onde? Talvez para a corrente das cartas apaixonadas onde estrelas são vestidas de personagens, e são atingidas pelas vibrações causadas pela agonia de um dia atrás do outro.

Mas não é preciso se agarrar a nenhuma corrente, sequer uma terceira outra, que não faz senão repetir as coisas. Somos todos desiguais, eu sei.

Cortem “a carne de vocês” e ouvirás uma insensatez sem sabor.

Alguns dos elos desta cadeia de muitas cabaças são, precisamente cabeças feitas no passado. E às vezes é justamente o oposto: cabeças de papel, como está no livro de Paulo Francis.

Ufa! Até que enfim, os centauros  (foto) chegaram a Tambaú.

Sua benção, Santo Agostinho!

Kapetadas

1 – Sempre atraso minhas tarefas, mas é só para dar tempo de elas amadurecerem

2 – Rir é mastigar o absurdo sem precisar engolir.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

[ufc-fb-comments]