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O Natal é o nascimento de Jesus. Do cordeiro divino que renasce em nossos corações, com a promessa de trazer uma mensagem de paz, de amor e de alegrias, com a esperança de dias melhores para os que creem que ele é o salvador.
Para outros, o Natal é apenas uma artimanha do capitalismo para fazer o mercado vender, como mais uma data especial para o comércio. Essa data é tão importante que a cada ano parece aumentar, porque desde outubro o comércio já se movimenta para vender artigos natalinos, desde enfeites até árvores de Natal, que antes eram somente comercializados a partir de metade de novembro, hoje já são desde outubro.
A cidade fica reluzente, recebe as luzes do Natal para mostrar que esse momento é mágico, cheio de de encantos, de cores, de cantatas, de tudo o que é de brilho, tudo aquilo que reluz, para a chegada do menino Jesus.
É uma data tão importante que em 25 de dezembro se decreta feriado. Há uma parada geral em tudo e em todos, para celebrarmos o dia do nascimento do cordeiro, cuja véspera é o dia o qual nos reunimos com amigos e familiares para a partilha da mesa, dos presentes, do perdão, da compreensão, do acerto das velhas rixas. É uma data seguida de feriado nacional, tão importante para os cristãos, que já se espalhou pelo mundo, até mesmo em países de tradição não cristã, estes também adotam o ferido como na Índia, Paquistão, Indonésia (em algumas regiões), Japão (onde, embora não seja um feriado público de trabalho, é amplamente celebrado culturalmente com trocas de presentes e jantares românticos), Hong Kong, Singapura, Malásia, Egito, Líbano, entre outros.
Trocamos presentes, nos vestimos de verde e vermelho, numa mistura simbiótica com a lenda do papai Noel. Compramos presentes para os nossos familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, para simbolizar a reciprocidade e a consideração pelo outro, em agradecimento pela irmandade, pela amizade, cumplicadade.
Esse momento cheio de religiosidade, de lendas e símbolos, como o do presépio, cuja tradição de monta-lo é creditada a São Francisco de Assis, que no ano de 1223, ao visitar a pequena cidade de Greccio, na Itália, buscou uma maneira de tornar a celebração do Natal mais vívida e acessível às pessoas simples de sua comunidade. Ele pediu permissão ao Papa Honório III para recriar a cena do nascimento de Jesus, montando um presépio vivo dentro de uma caverna, com um altar, animais (um boi e um jumento), palha e pessoas caracterizadas como Maria, José, pastores e o Menino Jesus (representado por uma criança de verdade). Sua intenção era que os fiéis pudessem sentir e visualizar a simplicidade e a pobreza em que Jesus nasceu, conectando-se de forma mais profunda com o evento.
A tradição da decoração das árvores no inverno é muito mais antiga que o cristianismo, remonta as celebrações pagãs. Dizem que os Povos antigos, como celtas e germânicos, já reverenciavam árvores e plantas perenes como símbolos de vida e fertilidade durante o solstício de inverno. Eles as decoravam com frutas, velas e objetos brilhantes para afastar maus espíritos e celebrar o retorno da luz.
No Cristianismo a lenda mais conhecida da árvore de Natal “cristã” é associada a São Bonifácio, um missionário inglês que, no século VIII, estava evangelizando tribos germânicas. Ao encontrar um grupo de pagãos prestes a sacrificar uma criança a um carvalho, a fim de homenagem a Thor, São Bonifácio teria derrubado a árvore e, no lugar dela, apontado para um pequeno pinheiro. Ele explicou que o pinheiro, com suas folhas perenes e ponta que aponta para o céu, simbolizava a vida eterna e Jesus Cristo. A prática de levar árvores para dentro de casa e decorá-las se popularizou na Alemanha no século XVI. No século XIX, com a Rainha Vitória e seu marido Príncipe Albert (de origem alemã) adotaram a tradição na corte britânica, cuja tradição da árvore de Natal se espalhou pelo mundo todo.
Já história do papai Noel é creditada a São Nicolau, bispo cristão do século IV (atual Turquia) conhecido por sua generosidade, que secretamente deixava moedas para os pobres, inspirando a tradição de presentear no Natal. Sua figura se misturou com lendas nórdicas pagãs (Odin) e tradições europeias (Sinterklaas, Father Christmas), evoluindo para o velhinho barbudo de vermelho, popularizado pela Coca-Cola nos anos 30, que morava no Polo Norte e entregava presentes com renas, simbolizando a bondade e o espírito natalino.
As meias penduradas na lareira, também vem da tradição de São Nicolau, que soube de um pai pobre que não tinha dinheiro para dar dotes a suas três filhas, o que as impedia de se casarem e as destinava a um futuro de miséria. Para ajuda-las, secretamente, em uma noite, teria jogado três sacos de ouro pela chaminé da casa. Os sacos caíram dentro das meias das garotas, que estavam secando na lareira. Na manhã seguinte, ao descobrirem o ouro, as filhas puderam se casar e o pai foi salvo do desespero.
A tradição das girlandas vem de povos antigos, como os romanos, que as usavam feitas de ramos verdes durante suas celebrações de inverno para simbolizar a vida e a vitória sobre a escuridão do inverno. A forma circular representa a eternidade e a continuidade da vida, sem começo nem fim. Para os cristãos, a guirlanda passou a simbolizar a coroa de espinhos de Cristo e a vida eterna que ele oferece.
E, assim, a magia do natal move o comércio todos os anos, mas move mais ainda o coração da família para preparar um lugar mágico e iluminado, cheio de aconchego e amor, repleto de presentes e presenças, para celebrar a chegada de Jesus que vem trazer a certeza da salvação, enchendo os corações da esperança de dias melhores.
FELIZ NATAL!
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 16/12/2025