João Pessoa, 05 de junho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Juiza de 9a Vara Civel de João Pessoa. Especialista em Gestão Jurisdicional de Meios e Fins e Direito Digital

 O Futuro das Profissões!

Comentários: 0
publicado em 05/06/2025 ás 14h39
atualizado em 05/06/2025 ás 14h41

Ontem fui a um shopping de João Pessoa e, para minha surpresa, na saída lateral, substituíram os caixas de pagamento por máquinas. Mais uma vez, a ação da tecnologia elimina profissões, gerando mais desemprego.

É evidente que essa não foi, nem será, a primeira vez que a tecnologia repagina as profissões, causando obsolescência. Portarias de prédios, algumas já operam sem porteiros, controladas remotamente. Ubers já circulam sem motoristas, teleguiados! Supermercados pela Europa há muito tempo operam com caixas de autoatendimento. Grandes magazines também embarcaram nessa onda. Nas academias de ginástica, aos poucos, o personal trainer é substituído por aplicativos de treino, gratuitos e pagos.

A internet arruinou muitos agentes de turismo, diante da oferta de produtos que cobram tarifas menores que as das agências, em uma concorrência plenamente desleal.
A tecnologia avança e, certamente, vai mudando o futuro da humanidade, transformando o dia a dia: tentando simplificar a vida de uns, enquanto implanta o cáos na vida dos que não conseguem se adapatar ao novo momento

Não é de hoje que esse ciclo se repete. Na Idade Média, quem diria que o ferreiro ficaria desempregado? Hoje não usamos mais espadas; à medida que o contrato social se aperfeiçoou, o Estado assumiu a função de garantir a segurança, os guerreiros desapareceram, e o ferreiro não mais  fundiu! As carruagens foram substituídas por possantes veículos, e o cocheiro ficou desempregado.
O alfaiate que costurava os elegantes ternos e as cartolas que vestiam os senhores, bem como as costureiras que vestiam suas esposas, foram incorporados ao prêt-à-porter, que despontou após a Segunda Guerra Mundial, criado pelo estilista francês J. C. Weil, pela necessidade de oferecer roupas prontas para uso, acessíveis a um público mais amplo, arruinando os pequenos ateliês.
Os lampiões que iluminavam as ruas, graças à genialidade de Thomas Edison, foram substituídos por lâmpadas elétricas. Os datilógrafos, que habilmente dançavam seus dedos pelo teclado da Remington, foram substituídos por computadores como o Commodore VIC-20 e o Sinclair ZX81, que chegaram às residências por volta da década de 1980. Os operadores de mimeógrafo foram substituídos pelas impressoras.

Graham Bell, que inventou o telefone, uma das mais geniais máquinas de comunicação da história da humanidade, dando vida às telefonistas, que desempenharam papel crucial durante a II Guerra Mundial, ligando as linhas de frente às bases militares, transmitindo ordens e informações essenciais, ficaram obsoletas após a chegada dos telefones às residências.

Os relógios de algibeira foram substituídos pelos de pulso, hoje digitais, cuja geração Z, de vinte anos para cá, não aprendeu a ler a hora do relógio analógico. Lanterninhas de cinema, entregadores de leite, engraxates, cobradores de ônibus, reveladores de fotografias, operadores de telégrafos, transmissores de Código Morse, vendedores de enciclopédias e arquivistas já não existem mais.

A Huawei, empresa chinesa, lançou uma frota de 100 caminhões sem motorista que operam habilmente uma mina na China. A Estônia, pequeno país situado no Báltico, já possui a figura do juiz-robô, que usa a inteligência artificial para julgar ações com valor de alçada fixado em 7.000 euros. Esse “juiz-robô”, pode analisar documentos, aplicar leis e emitir decisões, ajuda a aliviar a carga de trabalho dos juízes humanos, numa iniciativa que faz parte do esforço do país para tornar o sistema judicial mais acessível, transparente e eficiente, sempre com a supervisão e o controle humanos, para garantir mais ética, já suscitando debates entre nós, se os juízes serão, em algum momento, substituídos?

O uso da inteligência artificial será responsável pela extinção de muitas profissões que envolvam tarefas repetitivas, previsíveis e baseadas em dados. Robôs utilizados em fábricas desde a década de 1970, e até nas tarefas domésticas, reduzem custos das empresas e facilitm o dia a dia do lar.

Estima-se que a inteligência artificial (IA) está transformando rapidamente o mercado de trabalho e pode substituir e automatizar muitas profissões, especialmente aquelas que trabalham com tarefas burocráticas, repetitivas, previsíveis e baseadas em dados.

A lição que fica é que não existe insubstituível. O criativo e aquele que trabalha com as emoções está fora desta estatística. Quem não quer ficar para trás, adapte-se ao uso das novas tecnologias, para que estas não te leve ao ostracismo!

Adriana Barreto Lossio de Souza

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB