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O ex-governador Ricardo Coutinho (PT) disse, em entrevista ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba, na noite dessa segunda-feira (14), que deseja ser julgado pelas denúncias apresentadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) no âmbito da Operação Calvário. “Eu quero ser julgado”, cravou Coutinho, ao ser questionado sobre a sequência de juízes que se averbaram suspeitos no julgamento de denúncias apresentadas pelo Ministério Público da Paraíba.
Dizendo-se “inocente” das acusações, Coutinho frisou que “clama por Justiça”. Ele afirmou que houve uma mobilização judicial para lhe eliminar da política, porque teria contrariados interesses de vários segmentos da Paraíba.
Pré-candidato a deputado federal, o petista anunciou que uma das suas bandeirasá na Câmara, caso seja eleito, é fazer com que uma denúncia só seja apresentada à Justiça diante de provas concretas.
“Eu quero ser julgado e depois tomar as minhas providências dentro do Estado de Direito. Uma das coisas que quero muito como deputado [federal], porque eu acho que é um aperfeiçoamento da democracia, do Estado de Direito, é modificar e construir um código de ética que faça com que a sociedade se sinta mais segura. Faça com que quem tem o poder de acusar não consiga acusar sem provas. Porque isso é uma coisa fundamental para qualquer um”, declarou Ricardo.
Entre outras razões, a demora em julgamento se deve a um impasse sobre o foro adequado para o julgamento das denúncias, a Justiça Eleitoral ou a Justiça Comum. Paralelamente, cerca de 20 e juízes alegaram questão de foro íntimo e se declararam impedidos de julgar.
Para o ex-governador, um dos motivos para o afastamento de magistrado é a fragilidade das denúncias.”O motivo sempre é um motivo particular. Eu não tenho conhecimento, quase, quase eu não tenho conhecimento com juízes. É evidentemente que quem leu aquilo que estavam me acusando percebeu claramente que havia uma narrativa. A Justiça não é feita de narrativas. A Justiça é feita de provas, objetivas. Ela só pode funcionar se tiver provas”, defendeu-se.
Pimentas políticas
Na entrevista, Ricardo falou de seu novo momento pessoal, sem mandato desde que deixou o governo no final de 2018, explicou a razão de ser candidato a deputado federal e não ao Senado, projetou a eleição de duas vagas do PT na Câmara dos Deputados defendeu uma candidatura alternativa com viés de esquerda para se contrapor aos projetos de Lucas Ribeiro (PP) e Cícero Lucena (sem partido).
Coutinho também criticou o “vazio” do debate da sucessão estadual de 2026, o modelo de gestão de Cícero Lucena em João Pessoa, avaliou o governo de João Azevêdo (PSB) como aquém do que “poderia ser feito” e avaliou negativamente o que classifica como “volta das oligarquias” ao comando político paraibano.
Retrospetiva
Ricardo confessou arrependimento de não ter disputado o Senado em 2018, disse que faltou a então vice-governadora Lígia Feliciano diálogo para pactuar uma acordo de sucessão e denunciou o “oportunismo” que, na visão dele, reina entre a maioria dos políticos na Paraíba.
Confira a entrevista completa:
MaisPB
VEREADOR QUESTIONA - 09/10/2025