João Pessoa, 14 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
coisas que a gente diz sem querer dizendo: longos trilhos urbanos e vão passando os anos nesses retiros espirituais, e tudo já era assim e sempre será o pecado capital e nunca em todas as mesas, pão
somos atores de nós mesmos, decifrando braços cósmicos. na minha frente uma moça com a perna cruzada e um velho com o peito cabeludo, descendo a ladeira como um albatroz, sobre um pranchão antigo. antes, teve o balé do surfista.
uma floresta inteira transformada em toalhas de papel e o cosmos se condensará no ventre do divertimento, nessa forma de se diluir no universo dos outros, verdades que não se diz.
quem disse que os deuses querem triste seu olimpo? nunca uma alegria vulgar no mundo fullgás, mas ainda vai demorar séculos para entender online o jogo de cartas de Mariana Tavares Lenormand.
no costão esquerdo, sem enseadas ainda surgem maquiáveis repentinos, curvando sobre as pedras do reino onde Ariano fez xixi, submersos relâmpagos da janela indiscreta do palácio da redenção, curvando meu olhar com coisa nenhuma – senão, penas de pavão de krishna, que fosse possível se abrigar em seu útero Taperoá.
eu desci correndo os batentes do palácio entregando o espírito para ser em arte outro sinapse e o pensamento lá em você, diante de um explorador de ritmos que engolia fogo.
as tartarugas rainhas marítimas, não querem nem saber de nós. os cientistas dizem que elas descendem dos dinossauros, então, também éramos dinossauros? ok, ok
tinha um pássaro vermelho no vestido de Irene há Dias e todo o corpo colorido do gay, mas não era o galo de campina. para mim, a Irene é a deusa erótica dos anos 60, intangível tal qual quem mora na filosofia.
quando éramos adolescentes, combinávamos de ficar acordados, assistíamos a vídeos eróticos em meio a trovões espermatozoides e adorávamos kung fu, bebíamos água benta com açúcar e nem sonhávamos com cocacola diet.
sonhávamos que as coisas nunca terminavam
a vida é uma alongada de músculos, uma música inspirada de Zé Manuel, viagem aérea no ácido em voo.
o homem e seu balé, o espaço estético, a palmatória do mundo oferecendo seu fluxo, seu movimento, dizendo que o jumento é nosso irmão.
mesmo nos tempos modernos, ninguém disse nada do modelo do meu terno, em curva gravata que se quebra no nó suficiente entre a harmonia e terminamos todos languidos.
eu não sou o melhor artesão das palavras, ao falar dos trilhos líricos, ao compor minhas cítaras e reverberar Polibio Lira do delírio e Irismar Alves no cosmos das cajazeiras, pelas pontes condicionadas, por tantos anos esperando Godot
Vou esculpir o sexo na kama sutra e rastrear o útero de Macunaíma e jogar flores na Geni. Meu coração vagabundo reverbera séculos de humanidade inútil, dor, o apelo da arte e da busca, incessante pela velha posição de papai e mamãe. Ufa!
Kapetadas
1 – A natureza, sempre equilibrada: deu-nos o sexo para povoar o mundo e os bacilos para despovoar.
2 – Liga quando você não quer. Não te atende quando você precisa falar.
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VEREADOR QUESTIONA - 09/10/2025