João Pessoa, 29 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Matadouro da vida

Comentários: 0
publicado em 29/07/2025 ás 07h00
atualizado em 29/07/2025 ás 09h38

Nunca vi tanto horror, tanta pancadaria, tanta ignorância e ignorados, tantos socos e tanta exposição violenta em cima e embaixo do balcão da notícia. É a lei do cão.

Preta Gil saiu do noticiário e está em paz, o que todos precisam, depois que deixam esse espaço e se desligam os holofotes, (no caso dela), mas a carnavalização continua com comentários esdrúxulos sobre a artista. Os rótulos permanecem.

Nossa vocação política é fabricar cartões-postais artificiais. Este é modo de viver, de quem não sonha porque nunca desperta. Viver em paz é difícil e não é nada do que se faz crer – ou desejou crer – de si mesmo. Isso sem falar dos inferninhos e matadouros, um imã  para os fanáticos neuroticos.

O medo perdura e o desaprender a respeitar se espalha, mesmo que o outro seja um imbecil, no reconhecer  de muitas dúvidas, frustrações e fracassos.

Uma coisa aterrorizante está acontecendo, se multiplicando, se esfolando – filho mata mãe, marido mata mulher, namorado espanca namorada e sucedem pessoas envenenados por familiares pela força da grana e o coração escondido nas trevas.

A Paraíba que era terra hospitaleira, calma e pacata, é  hoje também terra das facções como qualquer outra metrópole, em sua tragédia diária, de que quem manda no pedaço é o fuzil e a droga.

Somos o provincianismo compartilhado nas redes sociais e nada que impede o que se veja o autoritarismo de muitos, que se note o quanto há de  gente ruim metida  a sabida, de fio à pavio aos fluxos transnacionais de modas, corpos, perversões e doideiras.

A desculpa é do transe, do surto.

Nosso provincianismo, velha atitude emocional, habitual, de envergonhar e esnobar  de si mesmo, para negar a notícia como ela é.

Faz pena. Somos um “provinciano incurável”, das contradições e contra-sensos, das dubiedades e incongruências, de “vaqueiros motorizados” e “dandis jecas”.

Ali na esquina pobre, idiota, ignorante e infeliz pedindo bis. E agora, Mané?

Kapetadas

1 – Venho observando as ondas de hiperfoco do brasileiro: Teve o de bebê reborn, agora é o morango do amor. Qual será o próximo surto coletivo?

2 – Militar anda tão midiático que agora brigadeiro deu para criticar até morango do amor.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

[ufc-fb-comments]