Dizem que, quando não é possível ser amado e temido ao mesmo tempo, é mais seguro escolher o temor. A frase atravessa os séculos porque mostra uma verdade: muitas vezes, o ser humano respeita mais aquilo que teme do que aquilo que ama.

No dia a dia, fora dos tronos e dos palácios, essa lógica também aparece. Quantas vezes a bondade é tomada por fraqueza? Quantas vezes o sorriso é visto como permissão para abusos? O mundo costuma valorizar mais a mão firme que o abraço.

Ser amado exige concessões; ser temido protege limites. Entre um e outro, talvez o caminho esteja em dosar — mostrar afeto sem perder firmeza, oferecer proximidade sem abrir mão do respeito.

Cada um governa seu próprio reino: a casa, o trabalho, as relações, a si mesmo. E nesse governo, aprendemos que não há autoridade sem respeito, e que o respeito nasce tanto da medida quanto da clareza.

O poder não está em escolher entre ser temido ou amado. Está em ser lembrado como justo e nisso Maquiavel tinha razão.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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