João Pessoa, 12 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quantas vezes me pego à deriva em meio a tantas vozes, buscando aquela que realmente ressoa dentro de mim? Às vezes, sinto que a verdadeira inspiração se esconde, como um peixe tímido nas águas profundas, esperando o momento certo para se revelar. E quando finalmente surge essa essência pura, será que estou preparada para acolhê-la?
A ideia de se perder em mim mesma é assustadora, mas também fascinante. É como se eu quisesse me fundir com a própria essência da vida, deixando de lado os anseios e as reivindicações do ego. Estranho, né?
A luta para esquecer quem sou e, ao mesmo tempo, viver com toda a intensidade possível é um dilema constante. O ato de escrever se transforma em um campo minado.
Para quem já se aventurou nessa travessia, o perigo é evidente: mexer nas profundezas é como escavar raízes que estão enterradas no fundo da Terra. Para dar vida às palavras, preciso mergulhar nesse pensar silencioso. É nesse vazio que a minha voz encontra ressonância, mas que ressonância é essa? Uma ressonância que traz à tona as verdades que preferimos manter escondidas?
Escrever é um movimento arriscado com o desconhecido. Cada palavra que escolho carrega consigo o peso de outras não ditas – quais serão essas sombras? Talvez um dia eu as revele. Neste ato criativo, sinto como se estivesse lançando uma pedra em um poço profundo: o impacto reverbera em ondas que vão além do que posso ver. E assim sigo, entre o medo e a necessidade de expressar o inefável, navegando nas águas misteriosas da criação. O melhor é gargalhar.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
BOLETIM DA REDAÇÃO - 09/05/2025