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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Temos poderes para gargalhar

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publicado em 12/05/2025 ás 07h00
atualizado em 12/05/2025 ás 07h37

Quantas vezes me pego à deriva em meio a tantas vozes, buscando aquela que realmente ressoa dentro de mim? Às vezes, sinto que a verdadeira inspiração se esconde, como um peixe tímido nas águas profundas, esperando o momento certo para se revelar. E quando finalmente surge essa essência pura, será que estou preparada para acolhê-la?

A ideia de se perder em mim mesma é assustadora, mas também fascinante. É como se eu quisesse me fundir com a própria essência da vida, deixando de lado os anseios e as reivindicações do ego. Estranho, né?

A luta para esquecer quem sou e, ao mesmo tempo, viver com toda a intensidade possível é um dilema constante. O ato de escrever se transforma em um campo minado.

Para quem já se aventurou nessa travessia, o perigo é evidente: mexer nas profundezas  é como escavar raízes que estão enterradas no fundo da Terra. Para dar vida às palavras, preciso mergulhar nesse pensar silencioso. É nesse vazio que a minha voz encontra ressonância, mas que ressonância é essa? Uma ressonância que traz à tona as verdades que preferimos manter escondidas?

Escrever é um movimento arriscado com o desconhecido. Cada palavra que escolho carrega consigo o peso de outras não ditas – quais serão essas sombras? Talvez um dia eu as revele. Neste ato criativo, sinto como se estivesse lançando uma pedra em um poço profundo: o impacto reverbera em ondas que vão além do que posso ver. E assim sigo, entre o medo e a necessidade de expressar o inefável, navegando nas águas misteriosas da criação. O melhor é gargalhar.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB