João Pessoa, 24 de maio de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sair da zona de conforto. Arriscar-se. Tudo que é novo experimenta um plus, um tipo de energia que sempre pronuncia algo a mais, mesmo que esse acréscimo seja a experimentação do menos posto que a lei das mutações não se submete a um continuum progressivo, ascendente ou decrescente, necessariamente.
O importante é que, pela mudança que se impõe como condição das existências, a nova configuração do ser de potência se faça movimento, nova lucidez e espetacularidade. Um salto eficaz na sua estruturação ontológica, um ser doravante dotado de novas ou renovadas possibilidades, abismado em si, abismo para os outros, um templo de admiração e respeito, ainda que apenas pó em cada estágio das mudanças.
Ganhando ou perdendo energia ou algum atributo qualquer, o ser que muda quer vida. É a vida. O que se eterniza, porém, quer morte, por isso tudo que é eterno é silêncio, se é que se possa, em clareza necessária, pensar o eterno como realidade.
A vida é a algazarra alvissareira que as mudanças propiciam. Esse é o milagre. O milagre é a regra. As sobras são derivações grosseiras, o refugo das máquinas moedeiras que as eras evacuam.
Isso é fantástico. Todo novo ser que brota deixa um rastro de morte para trás; todo ser que morre prediz e alimenta um rastro de possibilidades de infinitas vidas, como se vida e morte fossem a simbiose paradoxizada da maneira de como as coisas e os seres se expressam e se desparadoxizam.
Uma só realidade, o nada-tudo quânticos amalgamados um no outro, porque sozinhos, se é que se possa pensar assim, não se sustentam. Nem graça tinham. O ser-não-ser só aparentemente não se avizinham.
Um absurdo, dirão. São os absurdos que importam, por isso nada é mais paradoxal do que as mudanças. Elas são morte e vida a um só tempo. Tudo só depende de como os pontos cegos da existência e da não-existência pontuam os destinos, as alegrias, as tristezas e os desatinos que as mudanças propiciam.
Ninguém, nesse mundão de meu Deus, nasceu para ser. Ser é apenas um instante, átimo de medida nos corredores do tempo. Ser alguém apequena as pessoas,
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HORA H NA TV MANAÍRA - 10/12/2024