João Pessoa, 07 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
As férias são uma oportunidade para se conectar com o mundo real, mas as telas, incluindo o uso de inteligência artificial (IA), muitas vezes dominam nosso tempo, afastando-nos do que realmente importa. Este artigo explora o impacto do uso de telas e da IA no cérebro, especialmente em crianças, e sugere formas práticas de reconectar crianças, jovens e adultos por meio de brincadeiras, promovendo um equilíbrio saudável entre o digital e o presencial.
Por que as telas e a IA podem ser prejudiciais?
O uso de telas, mesmo em doses moderadas, pode afetar o desenvolvimento e o bem-estar. A exposição a dispositivos por apenas uma hora diária pode reduzir a capacidade de atenção em crianças, conforme apontado por especialistas. A luz azul emitida por smartphones e tablets perturba o sono, aumentando a irritabilidade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Além disso, o uso frequente de IA por crianças, como assistentes virtuais ou ferramentas de aprendizado automatizadas, pode influenciar o desenvolvimento cerebral. Especialistas mundiais alertam que a interação constante com IA pode reduzir a prática de habilidades como resolução de problemas independente e criatividade, já que as respostas prontas da IA diminuem a necessidade de esforço cognitivo.
Isso pode levar a uma menor plasticidade neural em áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento crítico. O tempo excessivo em telas, incluindo IA, também reduz a interação social, impactando a forma como crianças e jovens se relacionam com o mundo ao seu redor.
Impactos do uso de telas e IA
Para crianças, o uso prolongado de telas e ferramentas de IA pode substituir interações ricas com cuidadores, afetando o desenvolvimento da linguagem, habilidades sociais e a capacidade de pensar de forma autônoma. Adolescentes enfrentam desafios à autoestima, já que as redes sociais, mesmo usadas por curtos períodos, podem incentivar comparações irreais. O uso excessivo de IA, como depender de chatbots para tarefas escolares, pode limitar o desenvolvimento de habilidades analíticas e criativas.
Adultos, por sua vez, lidam com a “fadiga digital”, um esgotamento mental que reduz a produtividade e o foco. Esses efeitos mostram a importância de limitar o tempo de tela e usar a IA com moderação, especialmente para crianças e jovens, cujos cérebros estão em formação.
Quem se beneficia com a redução do tempo de tela e uso moderado de IA?
Reduzir o uso de telas e adotar a IA com moderação traz vantagens para todos. Crianças desenvolvem habilidades motoras, sociais e cognitivas com mais facilidade, preservando a capacidade de pensar de forma independente. Jovens protegem sua saúde mental, cultivando relações mais autênticas e habilidades criativas. Adultos recuperam o equilíbrio, ganhando mais clareza e energia. Em um mundo hiperconectado, diminuir o tempo de tela e usar a IA com cuidado durante as férias é uma forma de reconectar todos ao momento presente, criando memórias mais significativas.
Três formas de reconectar com brincadeiras
A importância do equilíbrio
Compreender o impacto das telas e da IA vai além de reconhecer seus efeitos; exige ações práticas para promover o bem-estar. Crianças e jovens, em particular, devem usar a IA com moderação, como recomendado por especialistas mundiais, para proteger o desenvolvimento cerebral e estimular habilidades como criatividade e pensamento crítico.
Incentivar momentos offline durante as férias, com brincadeiras e interações presenciais, ajuda a criar experiências mais ricas e significativas. Ao priorizar o equilíbrio, é possível reconectar crianças, jovens e adultos com o mundo real, transformando as férias em um período de renovação e alegria.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 03/07/2025