João Pessoa, 26 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Muita gente acredita que vender é um talento nato. Que alguns já nascem com o “dom da lábia” e outros simplesmente não foram feitos para isso. Mas essa crença é uma das maiores armadilhas para quem quer empreender. A verdade é que vender é uma habilidade. E como toda habilidade, pode ser desenvolvida. Não se trata de convencer alguém a comprar algo que não precisa. Trata-se de entender desejos, criar conexões e oferecer soluções com empatia e clareza. O bom vendedor é, acima de tudo, um bom ouvinte. E isso está ao alcance de qualquer pessoa disposta a aprender.
Na Paraíba, vemos diariamente histórias de pessoas que superaram a timidez, o medo de rejeição ou a inexperiência para conquistar seus primeiros clientes. Seja no comércio de bairro, no mercado digital ou nos serviços especializados, quem se destaca não é quem fala mais, mas quem escuta melhor. Vender bem começa com a escuta ativa. Saber o que o cliente realmente busca, quais são suas dores e o que ele valoriza, é o primeiro passo para oferecer algo que faça sentido. Quando o cliente se sente compreendido, a venda acontece quase naturalmente.
Outro ponto fundamental é entender que as pessoas compram por emoção e justificam com a razão. Isso significa que, na hora da compra, o fator decisivo costuma ser como o cliente se sente em relação à oferta. Ele se sente seguro? Representado? Entusiasmado? Confiante? A linguagem, o atendimento, o visual do produto, tudo comunica. Por isso, é importante alinhar discurso e prática. Um bom vendedor não pressiona. Ele inspira. Ele mostra possibilidades, tira dúvidas e transmite confiança.
A comunicação é um dos pilares mais importantes. E ela não se resume a falar bonito. Um vocabulário rebuscado pode afastar. Já uma linguagem próxima, com exemplos concretos e tom de conversa, aproxima. Quem vende bem consegue traduzir o valor do que oferece de forma simples e envolvente. Ao invés de dizer “tem alta durabilidade e resistência”, diz “esse modelo aguenta chuva e sol por muitos anos sem desbotar”. Falar a língua do cliente é mais eficaz do que repetir jargões.
A preparação também faz diferença. Conhecer profundamente o que está vendendo, estudar os benefícios reais do produto ou serviço e entender o que diferencia sua oferta das demais são atitudes que geram autoridade. E autoridade gera confiança. Quando o cliente percebe que você domina o assunto, ele tende a valorizar mais o que você oferece. Isso também permite responder melhor às objeções. Quem está preparado não se desespera diante de um “mas está caro”. Ele sabe mostrar o porquê do preço, o valor agregado, os diferenciais.
Vender bem também envolve persistência. Nem todo “não” é definitivo. Muitas vezes, é apenas um “ainda não”. Clientes indecisos não devem ser vistos como rejeição, mas como oportunidade de amadurecimento da relação. Às vezes, eles só precisam de mais informação, mais tempo ou mais clareza. Um bom vendedor mantém o contato respeitosamente, oferece conteúdo relevante, se mostra disponível e mantém uma atitude positiva. A confiança se constrói com o tempo.
Outro ponto essencial é o pós-venda. A venda não termina quando o pagamento é feito. Um bom empreendedor acompanha o cliente, busca feedbacks, oferece suporte e se mostra presente. Isso fideliza. E mais: transforma clientes em divulgadores. Na Paraíba, o boca a boca ainda tem muita força. Quando o cliente se sente bem tratado, ele volta. E mais do que isso, ele recomenda. Esse é um dos caminhos mais eficazes de crescimento para pequenos negócios.
No mundo digital, vender também passa por criar autoridade nas redes sociais. Isso significa compartilhar conteúdo que eduque, inspire e engaje. Mostrar bastidores, dar dicas, contar histórias reais, tudo isso aproxima o público e fortalece a marca. A venda é consequência de um relacionamento bem construído. E esse relacionamento começa antes da primeira compra. Quem entende isso, transforma likes em confiança e seguidores em compradores fiéis.
A mentalidade é outro fator determinante. Acreditar que vender é ajudar transforma completamente a forma como você se posiciona. Quando você vê seu produto ou serviço como uma solução legítima para alguém, a venda deixa de ser uma obrigação e vira uma missão. Essa mudança de perspectiva muda o tom da conversa, o brilho no olhar, a postura corporal. E o cliente percebe. Ninguém compra apenas um produto. Compra também a energia de quem oferece.
Por isso, pare de dizer que não nasceu para vender. Você pode aprender. Pode treinar. Pode se desenvolver. Pode transformar cada conversa em uma oportunidade de conexão verdadeira. Vender bem não é dom, é decisão. E toda decisão começa com um passo. Que tal dar o seu hoje? Porque seu negócio só cresce quando sua voz aprende a escutar, acolher e encantar quem está do outro lado.
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