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Terrir
É claro que adorei, mas não somente isso. Fiquei embasbacado, afinal foi a primeira vez que me deparei com a palavra “terrir”.
Foi Andressa Tabaczinsk, autora de “Boas meninas se afogam em silêncio” (Editora Rocco) e baluarte do Carreira literária, ao lado da talentosíssima Flávia Iriarte, quem, no âmbito dos denominados gêneros literários, enquadrou meu “O pequeno Davi” (Hibis Editora) nessa categoria. Diz ela:
“O Pequeno Davi se encaixaria em um gênero timidamente explorado no cinema e pouquíssimo encontrado na literatura. Este gênero seria o TERRIR. Uma mistura entre Terror e Comédia. Não é uma mistura fácil de fazer, pode dar tudo errado… pode ficar pouco aterrorizante ou pouco engraçado. Não é o caso aqui. O livro tem cenas MUITO aterrorizantes e que dão vontade de fechar o olho, satisfazendo leitores que esperam que o livro dê medo, ao passo que tem cenas hilárias que arrancam risadas. Os momentos estão bem colocados e costurados, de uma forma que a mistura funciona.
Muitas pessoas não estão familiarizadas com essa mistura e podem estranhar a experiência em um primeiro momento, mas não tenho dúvidas de que esse livro é um marco literário”.
Eu havia me esquecido das considerações da fabulosa escritora, mas, de repente, eis que meu amigo, o professor de língua portuguesa Luiz Antônio Dalri, me enviou uma mensagem do G1 falando que lexicógrafos da Academia Brasileira de Letras (ABL) estudam a incorporação de três palavras ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa: “disania”, “pejotização” e “terrir”.
Segundo a citada reportagem: “disania” é a extrema dificuldade de alguém sair da cama pela manhã (Conheço muitos); pejotização, a contratação de um trabalhador como pessoa jurídica e terrir , o gênero de filme ou obra que mistura terror e humor”*
Pois é. Escrevi “O pequeno Davi”, sem me preocupar com gênero literário. Eis o resultado, terrir!
De qualquer forma, não posso esquecer: esse livro só existe pela grandeza, expertise e responsabilidade da Hibis Editora.
Ah, meus leitores, vem aí “O sibito baleado”. Meeeeu Deus!
@professorchicoleite
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Wolney Queiroz - 16/07/2025