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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Plantei um pé de fulô, deu capim

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publicado em 23/12/2025 ás 07h00
atualizado em 23/12/2025 ás 07h59

A minha auréola foi cortada e, nem por isso, nunca fui um anjo, talvez um querubim e, mesmo que dotado de asas, muito embora para voar eu tenha que  engarrafar nuvens.

Bem disposto, finjo me romântico, mas sou vadio da compaixão e peço desculpas demais a desconfiar que estou me repetindo.

No entanto, eu sou exatamente assim, um paradoxo de mim mesmo, um sujeito com predicados, apenas possível na transição dos címbalos ao me envolver com farinha de outros sacos.

Em tempos envergando uma estrela de seis pontas e estados de espírito a fazer lembrar que não vale a pena fazer o impossível, só para agradar.

Em tempos do Baixo Tambaú o sangue fervendo, a juventude em alta, de bar em bar e, como tal, a testosterona alçando um homem feliz, quando morava sozinho e toda semana me apaixonava como no Último Tango em Paris, sem nunca perguntar o nome delas.

Hoje, apenas sobrevivem as fotografias que não simbolizam nada do tempo de outros propósitos de elevado prazer, mas sumiu  com a chegada de tantos boletos.

Fui embarcado para o Clube dos Homens Sérios, como me disse o desembargador Evandro de Sousa Neves, no dia do meu casamento e eu gelei ali mesmo, no Bairro dos Estados. Hoje sou um homem velho, mas tudo ainda me parece ao contrário porque sou cabeça feita, não jogo conversa fora.

Tão aborrecido que sou e semelhante a qualquer outra forma de transatlanticismo, até pouco tempo, plantei um pé fulô, deu capim.

Deus já não é aquele Deus despido a que o meu pai me ensinou a amá-lo e só depois aprendi a rezar o Pai Nosso.

Como dizia N,  não há fatos, apenas interpretações.

Talvez eu merecesse ter comido toda da maçã e Eva, e hoje fosse um antogonista de mão cheia.

Kapetadas

1 – Político que antes fugia da sandália da humildade, hoje se borra com comercial da Havaianas.

2 –  Sabe a experiência? É aquilo que chega logo depois desastre.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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