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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Quem é a Rainha?

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publicado em 20/05/2025 ás 07h00
atualizado em 19/05/2025 ás 21h04

Tão burrinha, a formiguinha, desde pequenina – e elas crescem?  Elas quem? Obedece à fila da comida, como se fosse uma estranha no formigueiro, seguindo em frente sem parar, você aí, apanhe o pedacinho de pão, dê meia-volta e não chegue muito tarde, ou a rainha vai te dar uma maçã envenenada. Quem é a rainha?

Porque tem rainha, a formiguinha. Rainha que come sozinha os pãezinhos, folhas, os bichinhos que todo mundo busca, certa ela, quero reinar também quando crescer – hei de duplicar de tamanho e ser o super K.

Chega de ordem e fila para se cadastrar porque para mim, o que Moisés fez com vara de Deus, ninguém fará. Chega de saudade, mas mamãe coragem formiga diz que bom mesmo é operar e trabalhar, nossa, como é sozinha, essa rainha.

Na fila não tem boquinha, nem conversa mole, tem cosquinha na anteninha, todo mundo se cumprimenta, cheira o bumbum e o focinho, e é tudo uma eterna curtição. Às vezes, acontece de alguma formiguinha bem velhinha de repente desligar ai cai morta no chão da praça.

Mas quer confusão se faz na fila! Pow, para ela, toda durinha. Vira pãozinho, vira folhinha, vira bichinho, porque assim desligadas elas não andam, nada mexe, e a fila dos bajuladores aumentando e reveza a carregar nas costas a antiga amiguinha de volta para casa.

Tem quem se perca na volta, reencontre-se na bagaceira de zéamerico, enquanto a fila segue, suba num braço ou saco de lixo, e a gente nunca mais vê nem tem notícia disso nem daquilo e daquilo mamãe não gosta.

Diz que as coisas do mundo das formigas também acontecem na vida dos outros. Eu duvido, porque nunca soube de ninguém ir passear na poça d’água e não chegar em casa nunca mais.

Que burrinha, a formiguinha! Se enroscou nos meus pelinhos do braço, dei um soprão e ela não quer sair. Sacodindo a mão eu a derrubo, sem querer, numa festa na casa de zé gotinha, faça chuva oui faça sol. Nada, formiguinha, nada! Mas ela tem preguiça de bater os pezinhos e as mãos, e fica lá, boiando feliz de costas, se esquentando no sol.

Ô vida besta!

Kapetadas

1 – Nada é pra levar, tudo é pra viver aqui.

2 – Chega dessas conversas – “meu vizinho bateu no meu carro na garagem”, “fulana não entregou o doce do meu casamento”. Nada que seja “minha prima levou um golpe do plano de saúde”, calma lá também

3 – Ilustração pintura de Picasso retrata Marie-Thérèse Walter, “musa de ouro” do artista

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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