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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Às escancaras

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publicado em 25/05/2025 ás 08h38

Não conheço ninguém chamado Dr. Gentil, mas deve ter por aí, com seus acréscimos e enunciados.  Não vou procurar no Google. Tenho dois amigos queridos Gislene e Robson Nery Gentil, e lembro de Paula Gentil. Não sei se soaria bem o meu nome K Gentil, eu gosto do Pinheiro, e por inteiro, sou gentil. Às escâncaras.

Quem não é gentil não sabe ou faz de conta que a flecha que sobe sem alcançar o alvo vira e retorna. Pá.

Nem mesmo no bonde, o velho bondinho ou um aviãozinho de papel, e tudo é legal, numa cena da bonança, mas muitos deixam de ser gentis, para olhar para seus perfis. Você trabalha com quê?  Trabalho nas nuvens e sei que paro por um instante no ponto sem dar tempo de descer e depois continuar nas nuvens – eu possa até ficar por lá, sabia?

O lugar da gentileza parou, mas a gentileza jamais será consumada. Nem uma coisa, nem outra, nada é uma onda perpétua, a permanecer estagnada. Tô fora.

Como nós diante de uma estrela, somos chãos no topo de um abacateiro ou uma flor-de-maracujá e as pétalas de uma camélia apaixonada. Cadê elas? Apaixonar pode, mas não pode deixar de ser gentil por quem você está se aproximando.

A gentileza não desiste, renasce, e seu tempo não enfeita o agora. Seja gentil pelo menos uma vez por semana.

A gentileza não personifica nada. É por natureza, uma obrigação. Às vezes encontro com ela na rua, na sua, e continuo na minha, na dela que dobra a esquina e some. É como a morte. dobra outra esquina, acena e leva.

Quem soma? Meu espaço é transformado todo dia. Há quem acredite nisso e há quem vive a vida toda usando suspensórios para não arrear as calças. É gosto, e quem gosta arregala o peito. Alguns independentes chegam mais perto. Quase igual aos que batem nas paredes para pendurar um quadro. Depois, é só memória.

A gentileza não deixa rastro, ela passa e volta, mas ela só passa quando você se levanta e dá a volta por cima. Quero ver quem dar.

O vizinho fica bravo quando eu esqueço de lhe dar bom dia. Ele está certo, só que eu agradeço a parceria.

Um cara diz horrores comigo no trânsito, fazendo gestos com os dedos e o sinal abre e fecha e o tal “fechando” ali na Avenida Beira Rio. Meu amigo, eu apitei porque você não viu que o sinal abriu e fechou. Pois é, não larga o celular.

Na hora dos anjos eu desço da escada de um dia atrás do outro e às vezes nem riu para minha cachorra Lili. Ela é tão gentil…

Às 4 e meia do dia seguinte, o seguinte não falha. Não consigo ficar silencioso no trafego humano, olá, opa!

Então, pelos dias tudo se transforma, para mim a vida é a fênix, sempre diferente, quando é  não é a mesma coisa, mas prestes a se metamorfosear.

Você conhece a história do José Datrino, (foto), aquele que Marisa Monte fez uma canção chamada Gentileza?

Kapetadas

1 – Imbecil tem em todo canto, mas ele não tem tédio. Basta ver o Elon Musk perdendo bilhões em foguetes que não servem para nada e não está nem aí.

2 – Nosso destino é uma grande liquidação: quanto mais corremos, maior o desconto na felicidade.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB