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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Opostos expostos

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publicado em 03/05/2025 ás 07h00
atualizado em 03/05/2025 ás 08h29

Parece que dizer tudo — na verdade, insistir em dizer na cara — é a maior mancada ou a única maneira de dizer: “acorda pra Jesus, criatura”. Nada de auto-ajuda. Necas. Não se trata mais de uma pedagogia descontrolada, mas sim de uma pedagogia patológica.

Deixe de se lamentar, deixe de cavilação. Não seja ingrato, reconheça que está errado  e assuma que você não sabe da missa um terço. Tu cai dai  brocoió.

Não seja aquela pessoa que numa roda de conversa que fala pelos cotovelos, tenha  educação, tenha calma. Deixe que o silêncio junte as peças e espere sua hora de falar.

Não diga que você escreve bem, que você é o melhor, quando você  está  por fora. Deixe de presepada. Você é só uma pessoa e se acostume com isso, porque senão, banda voou. Tente treinar o olhar para ver mais com ele, do que com o umbigo.

Deixe de drama, vá curtir sua vida, mas não diga que você conhece tal assunto, sem saber.  Meta a cara, leia pelo menos um livro por mês. Não gosta de ler?  Tem preguiça?  Não passa das primeiras páginas? Então, comigo não violão. Vá pra baixa da égua.

Deixe de onda. Faça uma atividade física, pare de reclamar. Tá barrigudo?  Pare de comer tanto macarrão, não beba tanta cerveja. Ou seja, não peça para levar um pedaço da torta de frango, pra comer mais tarde.

Não seja burro, saia do esterco. Não diga bobagens, colonizado, e dando vexame nos lugares. Pare de espernear, fique cara a cara com você na tela do celular, onde você pensa que arrasa. Você não arrasa coisa nenhuma.

Se você é bonita ou bonito, ainda vai. Vai pra aonde? Para com essa arrogância e fazer  papel de pobre diabo. Pare de se lamentar, vá trabalhar, se mantenha de pé e aceite ser um famoso  desconhecido. Lentamente, até os burros se afastam, sabia?

Não tire catotas do nariz em público, não roa as unhas, não fique bêbado pegando nas pessoas, não fale cuspindo, não fume na casa dos outros, não fale de boca cheia, não fale de doença, enfrente a solidão, pra quê tanta festa. Sim, não existe almoço de graça, né?

Não seja falso,  não abra a geladeira da casa dos outros, não chegue na casa de ninguém sem avisar, seja prestativo, nunca escravo, seja sincero – é tanto lero, lero, que você  vai termina sozinho. E priu!

Besta é tú? Seja bom, não seja besta.

Kapetadas

1 – De lady, Lady Gaga não tem nada.

2 – Miriam Leitão e Merval imortais da ABL. Se elegerem o Gabeira, vira Academia Globonews de Letras.

3 – Som na caixa: “Neguinho que eu falo é nós”, Caetano Veloso

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