João Pessoa, 18 de setembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O enfermeiro britânico William Pooley, que sobreviveu ao ebola, viajou para os Estados Unidos para doar sangue para um americano que ainda está lutando contra a doença, medida experimental que alguns cientistas acham que pode ajudar os pacientes a lutar contra o vírus.
Pooley foi infectado enquanto trabalhava em Serra Leoa, e voou de volta a Londres para tratamento, onde se recuperou. O Ministério das Relações Exteriores britânico disse, nesta quinta-feira (18), que foi providenciado que ele recebesse um passaporte de emergência para viajar rapidamente para os Estados Unidos. Seu passaporte anterior foi queimado, como parte dos esforços para impedir a transmissão da doença.
Uma epidemia de ebola, que afetou a Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria e Senegal, atingiu cerca de 5 mil pessoas. Quase metade delas morreram. Não há tratamento ou vacina aprovados para o ebola, mas os médicos estão testando medicamentos experimentais em vários pacientes, durante este surto.
Profissionais da saúde, como Pooley, estão particularmente vulneráveis à infecção porque têm contato próximo com pacientes. O ebola é transmitido por contato com fluidos corporais daqueles que já estão manifestando sintomas da doença.
Não foi revelado qual paciente americano vai receber o sangue de Pooley. Dois americanos estão atualmente recebendo tratamento para ebola nos Estados Unidos.
Médicos disseram que um deles, o médico voluntário Rick Sacra, deve ter uma recuperação completa, e eles estão esperançosos que ele tenha alta do hospital em breve. Ele está sendo tratado em um hospital de Nebraska. O outro, um médico da Organização Mundial da Saúde (OMS), não foi identificado.
Transfusões de sangue de sobreviventes têm sido administradas a vários pacientes com ebola durante este surto, incluindo Sacra. Cientistas pensam que os anticorpos no sangue das pessoas que sobreviveram à doença podem ajudar outros infectados a combater a doença. A OMS recomendou, há duas semanas, que esse tipo de estratégia seja adotada. Apesar disso, as evidências sobre a eficácia desse tipo de tratamento ainda são inconclusivas.
Epidemia
Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a epidemia de ebola é uma crise “sem paralelos em tempos modernos” e afirmou que é necessário US$ 1 bilhão ou mais para conter a crise que atinge a África Ocidental.
Segundo a agência das Nações Unidas, 2.461 pessoas morreram pela doença e há 4.985 contaminados. De acordo com Bruce Aylward, da OMS, a expectativa inicial é que 20 mil pessoas sejam atingidas pela doença se ocorrer uma resposta rápida para isso. "Essa crise de saúde que estamos enfrentando é incomparável", afirmou.
G1
NA ONU - 23/09/2025