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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

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publicado em 22/07/2025 ás 09h52

As cores dizem mais do que palavras

Você já parou para pensar por que certas cores te acalmam, enquanto outras parecem te deixar inquieto? Azul nas paredes do quarto, vermelho nas placas de promoção, amarelo nos botões de atenção. Nada disso é por acaso. A psicologia das cores revela que, muito antes de racionalizarmos, já estamos sentindo e reagindo ao que vemos. As cores tocam diretamente nossos sentimentos e decisões, mesmo quando não percebemos.

Em uma pesquisa com mais de 2 mil pessoas, foi constatado que o azul é a cor mais amada do mundo. Associado à confiança, simpatia e harmonia, ele aparece como predileto tanto em roupas quanto em produtos. Mas não é só preferência: o azul provoca uma sensação de estabilidade e serenidade. Não por acaso, é a cor usada por bancos, redes sociais e empresas que querem transmitir segurança. Quando o cliente confia, ele compra.

Já o vermelho, intenso e vibrante, é a cor das paixões. Ele chama atenção rapidamente, acelera o pulso e desperta urgência. Em vitrines e anúncios, é usado para destacar promoções, criar desejo e incentivar decisões rápidas. Mas cuidado: quando usado em excesso, pode também remeter à agressividade. A combinação com outras cores pode suavizar ou intensificar esse efeito.

O amarelo é o sol em forma de cor. Estimula o otimismo, a criatividade e o raciocínio. É muito usado em ambientes de aprendizagem, mas também em produtos voltados para o público jovem. Porém, seu uso exige cautela. Amarelo demais pode gerar ansiedade e fadiga visual. É uma cor que ilumina, mas também pode incomodar se estiver fora do contexto certo.

O verde, por sua vez, está entre o céu e a terra. É a cor da natureza, da renovação, da saúde. Evoca equilíbrio e esperança. Hospitais, clínicas e empresas sustentáveis costumam adotá-lo com frequência. Quando combinado com azul, reforça o sentimento de confiança e bem-estar. Não à toa, o “acorde azul-verde” é um dos mais poderosos da psicologia visual.

O preto é elegante, misterioso e autoritário. É a cor da sofisticação, mas também da morte e da introspecção. Em design, é a preferida por marcas de luxo e profissionais criativos. Ele funciona como ponto de contraste e profundidade, mas deve ser usado com moderação, principalmente em espaços pequenos. Em excesso, pode parecer frio ou opressor.

Já o branco carrega a simbologia da pureza, da paz e da simplicidade. Muito usado em ambientes clínicos, também é comum em casamentos e cerimoniais. Porém, o branco pode parecer vazio ou impessoal quando não é equilibrado com outras cores. Para o minimalismo, é rei; mas na vida cotidiana, precisa de companhia para aquecer.

O laranja e o violeta são cores menos populares, mas com efeitos interessantes. O laranja é sociável, energizante e amigável e aparece muito em embalagens de alimentos e marcas que querem transmitir proximidade. Já o violeta traz introspecção, espiritualidade e criatividade. Ambos precisam de um bom contexto para brilhar, senão podem parecer excêntricos ou até desagradáveis.

A escolha das cores não deve ser feita apenas por gosto pessoal. Quem empreende, comunica ou decora precisa compreender o impacto invisível que cada tom provoca. Cores não são apenas estética, são linguagem. E, como toda linguagem, podem aproximar ou afastar, curar ou ferir, atrair ou repelir.

Na próxima vez que você entrar em um ambiente, observe: como ele te faz sentir? Sua casa, sua roupa, seu ambiente de trabalho tudo comunica algo. Se quiser transformar a experiência das pessoas ao seu redor, talvez não precise começar com grandes mudanças. Às vezes, basta mudar a cor.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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