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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

As habilidades que as empresas mais valorizam em 2025

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publicado em 19/04/2025 ás 08h08

Você sabe quais competências estão realmente abrindo portas no mercado de trabalho em 2025? Talvez a resposta surpreenda. Já não basta apenas dominar planilhas, saber programar ou colecionar certificados técnicos. Segundo um levantamento recente do LinkedIn, as habilidades mais procuradas hoje misturam domínio tecnológico com sensibilidade humana. O profissional valorizado neste novo cenário é aquele que entende de algoritmos, mas também sabe ouvir, comunicar e resolver conflitos com inteligência emocional.

O relatório, que analisou milhões de perfis e processos de contratação nos Estados Unidos, aponta que a habilidade de crescimento mais acelerado é a alfabetização em inteligência artificial. E não estamos falando de criar códigos, mas de saber usar ferramentas como o ChatGPT, o Copilot e outras inteligências generativas para aumentar a produtividade, tomar decisões com mais informação e inovar nas entregas do dia a dia.

Mas se a primeira colocação é tecnológica, a segunda revela uma verdade que o mercado já não pode ignorar: a capacidade de gerir e mitigar conflitos é uma das habilidades mais valorizadas por empresas de todos os setores. Em tempos de tensão social, polarização e sobrecarga, saber lidar com divergências e pacificar relações tornou-se uma competência estratégica para o sucesso organizacional.

Mesmo com a ascensão meteórica da inteligência artificial, o que o LinkedIn mostra é que são as habilidades humanas que mais crescem em relevância, especialmente em áreas como recursos humanos, atendimento ao cliente, liderança e educação. Para profissionais de RH, por exemplo, a competência que mais se destacou foi a comunicação interna, seguida pela familiaridade com ferramentas de IA e pela capacidade de construir relacionamentos. O recado é direto: em meio às mudanças tecnológicas, as empresas buscam quem saiba comunicar, conectar e engajar pessoas.

Um estudo da Deloitte reforça esse diagnóstico. Nada menos que noventa e quatro por cento dos profissionais afirmam que as futuras gerações correm o risco de não desenvolver as habilidades interpessoais necessárias para o sucesso. E embora oitenta e sete por cento reconheçam que saber se adaptar, liderar com empatia e comunicar com clareza são fatores fundamentais para crescer na carreira, pouco mais da metade sente que suas empresas valorizam essas competências tanto quanto valorizam as técnicas.

Outro dado importante vem de uma pesquisa da DDI: quase metade dos gestores afirma não se sentir preparado para lidar com conflitos dentro de suas equipes. Em um mundo onde as tensões ideológicas e sociais atravessam até os ambientes corporativos, a escuta empática, o diálogo produtivo e a mediação de conflitos se tornaram atributos indispensáveis à liderança. A Simmons University, por sua vez, destaca que falhas na comunicação continuam sendo um dos principais obstáculos para o desempenho das equipes.

E o Brasil, onde entra nesse mapa? Ainda estamos nos primeiros passos no que diz respeito à alfabetização em inteligência artificial. Muitas empresas ainda resistem à adoção dessas ferramentas, e boa parte dos profissionais sente-se distante ou intimidada diante das novas tecnologias. Ao mesmo tempo, os processos seletivos continuam priorizando competências técnicas, mesmo quando os desafios do cotidiano pedem líderes com maturidade emocional e capacidade de escuta.

Tudo isso aponta para uma virada: o mercado valoriza cada vez mais quem sabe lidar com pessoas, mas que também é capaz de navegar com naturalidade no mundo digital. Não basta mais ser excelente na técnica. É preciso ser hábil na comunicação, adaptável frente às mudanças e capaz de transformar divergências em aprendizados coletivos.

O profissional que se destaca em 2025 é híbrido. Alia o pensamento analítico à sensibilidade humana. Domina ferramentas digitais, mas sabe usar a empatia como recurso de gestão. Consegue traduzir dados em decisões e transformar conflitos em soluções. Para esse novo mercado, não adianta apenas ser eficiente: é preciso ser presente, consciente e colaborativo.

E você, leitor, já está desenvolvendo as habilidades que realmente fazem a diferença?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB