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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Mudanças na forma de administrar

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publicado em 14/05/2025 ás 07h33
atualizado em 14/05/2025 ás 07h34

No começo, administrar era mandar. As empresas funcionavam como fábricas rígidas: o foco era produzir mais em menos tempo. Trabalhador era visto como parte da máquina, e produtividade era tudo. Foi nesse cenário que surgiram as primeiras teorias da Administração, como a de Taylor, que cronometrava movimentos para evitar qualquer desperdício.

Logo veio Fayol, com a ideia de que todo gestor deveria planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Era a era da autoridade. O chefe mandava, os outros obedeciam. Tudo era engessado, como se uma empresa fosse um relógio.

Mas as pessoas não são máquinas. Com o tempo, ficou claro que sentimentos, relações e reconhecimento também importam. Foi aí que surgiu a Teoria das Relações Humanas, mostrando que o ambiente de trabalho influencia e muito no desempenho. Gente motivada rende mais.

Depois vieram outras ideias. A Teoria Comportamental trouxe à tona o valor da liderança e da comunicação. A Contingencial ensinou que não existe um único modelo: o que dá certo num lugar pode não funcionar em outro. Isso abriu espaço para gestões mais flexíveis, que se adaptam ao contexto.

Com a globalização, a tecnologia e a inovação acelerando tudo, surgiu um novo jeito de pensar: agora a empresa é um sistema vivo, conectado, que precisa olhar para o todo. Cultura organizacional, inteligência emocional, sustentabilidade e inovação viraram palavras-chave.

As startups ajudaram a popularizar práticas mais ágeis, com menos hierarquia e mais colaboração. Entraram em cena conceitos como design thinking, squads, liderança servidora e ESG. As empresas perceberam que lucro é importante, mas não é tudo propósito e bem-estar também contam.

A pandemia reforçou isso. Mostrou que cuidar das pessoas é essencial. Hoje, quem lidera precisa entender de gente, não só de números. Cuidar virou estratégia, empresas que valorizam isso vão mais longe.

Estudar Administração hoje é entender que teoria e prática andam juntas. Que os dados precisam conversar com as emoções. Que liderar é inspirar. E que resultados duradouros nascem da escuta, da empatia e da visão ampla.

Aqui na Paraíba, essa virada já aconteceu. Novos gestores estão mudando empresas familiares, startups surgem com foco social, cooperativas se reinventam. O que antes era só comando, agora também é cuidado. A gestão está evoluindo e continua mudando.

No fim das contas, entender as teorias da Administração é entender como olhamos para as pessoas. Se antes administrávamos tarefas, hoje administramos sentidos. E isso muda tudo. Porque, no fundo, a revolução na gestão é, e sempre será, sobre gente.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB