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VIOLÊNCIA

Mulher pulou do 2º andar para fugir de agressor, conclui polícia

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publicado em 10/01/2013 ás 14h33

 A Polícia Civil concluiu que Juliana Cypreste, 32 anos, pulou do segundo andar do prédio onde mora para fugir das ameaças e agressões por parte do noivo dela, Marcel Castiglione Tristão Guerra, na noite de 1º de janeiro, em Vitória. O inquérito foi encerrado nesta quinta-feira (10), pela delegada Cláudia Dematté, que responde temporariamente pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Vitória, após ouvir o depoimento de Juliana.

"Ela disse que a briga começou porque ele sentiu ciúmes das mensagens e ligações que ela recebeu, de pessoas desejando feliz ano novo. Ele era possessivo. Eles brigaram, ele começou a ameaçá-la e ela falou para ele ir embora da casa dela. Ele disse que não ia, trancou a casa inteira e falou que ela viveria as piores 48 horas da vida dela. E que se a polícia chegasse, ela poderia ter o mesmo fim de Eloá (que foi feita refém e morta pelo namorado, em São Paulo)", contou a delegada.

Segundo o depoimento de Juliana à delegada, a briga começou quando ainda estava claro. A mulher passou o dia inteiro presa pelo noivo, recebendo ameaças e agressões. "Ele pegou uma faca, disse que ia matá-la e se matar em seguida. Ele jogou água no rosto dela várias vezes, enforcava e soltava. Puxou os cabelos dela, não deixou ela comer nada e ficava comendo na frente dela. Para dificultar uma tentativa de fuga e constrangê-la, ele arrancou toda a roupa dela e deixou-a nua".

Juliana disse para a delegada: "Não sabia até onde ele poderia ir e entrei em desespero. Eu ia morrer. Em um momento que ele saiu do quarto, corri para a janela e gritei por socorro. Quando vi ele voltando, preferi pular para tentar me salvar".

Segundo a delegada, como Juliana conhecia o local, ela pulou no apoio do ar-condicionado que fica embaixo da janela. Quando o noivo foi olhar, ela preferiu se arriscar e pulou para o chão, diz Dematté. "O noivo não a segurou em momento algum. Nem jogou objetos sobre ela, como foi falado anteriormente. O que aconteceu foi que os primeiros vizinhos que foram tentar socorrê-la pediram para jogar um lençol para cobri-la", conta.

Segundo os depoimentos colhidos pela delegada, Marcel não desceu imediatamente. "Ele esperou alguns minutos para descer e não teria tentado chutar Juliana caída no estacionamento do prédio, como foi dito anteriormente. O que aconteceu é que os vizinhos que tinham ouvido a briga, quando o viram, já foram para contê-lo antes que ele tentasse qualquer coisa contra Juliana", explica. A delegada afirma que o socorro e a polícia chegaram rápido.

Medida protetiva

A delegada Cláudia Dematté já pediu medida protetiva de urgência, para impedir que Marcel Castiglione tente qualquer contato com a vítima. Ele tinha sido autuado em flagrante por tentativa de homicídio, pela delegada plantonista Rhaiana Bremenkamp. Mas após ouvir todas as testemunhas e concluir o inquérito, a delegada responsável pelo caso indiciou Marcel por lesão corporal qualificada por violência doméstica familiar, injúria real, ameaça e cárcere privado. Se for condenado, ele pode pegar até 13 anos de prisão.

G1

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