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As telas se tornaram companheiras inseparáveis das crianças, moldando não apenas seus hábitos diários, mas também seu futuro como adultos. No entanto, o que parece um brinquedo inofensivo pode semear problemas de saúde que se manifestam anos depois.
Observamos diariamente como as interações digitais influenciam o comportamento humano, e o excesso de telas na infância surge como um alerta urgente para pais e educadores. Afinal, quanto tempo uma criança passa diante de um dispositivo pode determinar sua resiliência emocional e física na vida adulta?
Primeiro é essencial entender os mecanismos por trás dessa exposição. Estudos mostram que o uso excessivo de telas interfere no desenvolvimento cerebral, afetando áreas responsáveis pela regulação emocional e pelo sono. Por exemplo, a luz azul emitida por smartphones e tablets suprime a melatonina, hormônio crucial para o descanso, levando a padrões de sono irregulares desde cedo.
Além disso, o conteúdo consumido ,muitas vezes repleto de estímulos rápidos e dopaminérgicos cria um ciclo de dependência similar ao de vícios, o que pode evoluir para transtornos mentais na adolescência e além. Transitando para os impactos a longo prazo, vemos que crianças com alto tempo de tela apresentam maior risco de obesidade, devido ao sedentarismo, e problemas cardiovasculares, como hipertensão, que persistem na fase adulta.
Contudo, o problema vai além do físico. Comunidades online de pais compartilham experiências de filhos com ansiedade e depressão ligadas ao uso digital descontrolado. Essas narrativas destacam como o isolamento social virtual substitui interações reais, enfraquecendo habilidades sociais e emocionais.
Em resumo, o que começa como uma distração inocente pode culminar em adultos com baixa produtividade, relacionamentos fragilizados e saúde mental comprometida. Para ilustrar, um estudo recente da American Psychological Association, publicado em junho de 2025, analisou o ciclo vicioso entre tempo de tela e problemas socioemocionais em crianças, concluindo que maior exposição leva a maior probabilidade de distúrbios emocionais, que se agravam na vida adulta. Essa pesquisa reforça a necessidade de intervenções precoces.
Por outro lado, não se trata de demonizar a tecnologia, mas de equilibrá-la. A regulação das telas começa na infância, lembre-se uma tela é uma ferramenta não um brinquedo.
O futuro de adultos adoecidos não é inevitável se agirmos agora. Aqui vão três dicas práticas para mitigar os riscos:
Educar crianças para um uso equilibrado de telas é investir em adultos mais saudáveis, emocionalmente estáveis e preparados para os desafios de um mundo híbrido. Vamos construir essa ponte juntos?
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br
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