João Pessoa, 22 de dezembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Rússia prestou uma homenagem nacional nesta quinta-feira (22) a seu embaixador assassinado na Turquia. Embora Moscou afirme que é prematuro para identificar os responsáveis pela morte, Ancara atribuiu a morte ao movimento do pregador Fethullah Gulen.
O caixão de Andrei Karlov foi velado na sede do ministério russo das Relações Exteriores, ao lado de uma bandeira do país e vigiado pela Guarda de Honra, de acordo com a France Presse.
Depois da conclusão do velório, o caixão foi levado à Catedral de Cristo Salvador de Moscou, o principal templo ortodoxo do país, onde o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, oficiará uma missa em memória do diplomata assassinado, segundo a Efe.
O presidente Vladimir Putin, o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, o chefe da diplomacia Serguei Lavrov e o conjunto da élite política compareceram para prestar homenagens a Karlov.
O embaixador, de 62 anos, “foi vítima de um ato terrorista covarde e terrível, enquanto exercia seu dever profissional”, declarou Lavrov, diante da esposa e do filho do embaixador assassinado na Turquia.
Putin concedeu na quarta-feira o título de herói da Rússia a Karlov em caráter póstumo por sua “coragem e grande contribuição” à política externa russa.
O presidente comparecerá nesta quinta-feira a uma missa na catedral de Cristo Salvador em Moscou.
O assassinato do diplomata por um policial turco em uma galeria de arte na segunda-feira em Ancara foi denunciado por Rússia e Turquia como uma “provocação”, com o objetivo de minar as relações que os dois países estão restabelecendo após quase um ano de crise.
As duas nações estão em lados opostos na guerra da Síria: a Rússia apoia o regime de Bashar al-Assad e a Turquia os rebeldes que lutam contra ele.
Diante das câmeras, Mevlüt Mert Altintas, um policial de 22 anos, atirou nove vezes contra o embaixador Karlov, gritou “Allah Akbar” (Deus é grande) e afirmou que pretendia vingar a tragédia na cidade síria de Aleppo, antes de ser morto.
Apesar das declarações, que parecem vincular o assassinato à situação na Síria, os investigadores turcos privilegiam a pista do movimento de Fethullah Gulen, inimigo do presidente Recep Tayyip Erdogan, que o acusa de ter planejado a tentativa de golpe de Estado de julho.
O policial era “um membro da organização terrorista FETO (acrônimo que designa o movimento de Gulen), não há necessidade de esconder”, declarou Erdogan na quarta-feira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que não se deve tirar conclusões apressadas” e pediu que as pessoas “aguardem os resultados do trabalho dos investigadores”.
Um fato inédito, a Turquia aceitou a participação na investigação de 18 policiais, agentes dos serviços secretos e diplomatas russos.
G1
VEREADOR QUESTIONA - 09/10/2025