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MAISPB ENTREVISTA

Alceu Valença completa 80 anos em 2026 e anuncia turnê “80 Girassóis”

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publicado em 11/10/2025 ás 12h11
Foto: Rodrigo Mazuco

Kubitschek Pinheiro

80 Girassóis” Isso mesmo: Alceu Valença reuniu a imprensa nacional para anunciar a turnê que celebra os 80 anos do artista, que percorrerá dez capitais em 2026.A coletiva aconteceu em São Paulo, em seu canal do Youtube e o  MaisPB esteve presente. Antes da conversa, Alceu cantou duas canções com a banda.

E para surpresa de todos e dos leitores do MaisPB, a moça bonita que sentou ao seu lado durante a entrevista, foi a atriz paraibana Isadora Cruz.

Foto: Alceu e Isadora Cruz

Com o show, ele percorrerá dez capitais do Brasil a partir de março: Rio de Janeiro (14/03), Porto Alegre (21/03), São Paulo (28/03), Salvador (10/04), Curitiba (25/04), Brasília (09/05), Fortaleza (23/05), Belém (30/05) e Belo Horizonte (13/06). Tomara que João Pessoa entre na rota.

No palco, Alceu estará acompanhado de Tovinho (teclados e direção musical), Cássio Cunha (bateria), Zi Ferreira (guitarra), Nando Barreto (baixo), André Julião (sanfona), Costinha (flautas), além de contar com a participação de Lui Coimbra (violas e violoncelo) e Natalia Mitre (percussão).

80 Girassóis” é mais que uma turnê. Além das apresentações, o megaprojeto levará a algumas cidades atividades como exposição de artes plásticas e mostra de filmes para celebrar a vida e a obra de autor de Morena Tropicana, em grande estilo.

O artista cultiva as sonoridades do Nordeste e levou sua obra para todo Brasil, cujas plateias numerosas o aplaudem der pé. Canções como “Anunciação”, “Tropicana”, “Belle de Jour”, “Como Dois Animais” e “Coração Bobo” Espelho Cristalino”,  são alguns clássicos que estão no setlist.

Conquistando gerações, desde a década de 1970 até os dias atuais, Alceu é a saga musical de si mesmo, que começou com “Papagaio do Futuro”, defendida por Alceu, Geraldo Azevedo e Jackson do Pandeiro no Festival Internacional da Canção, chamada por Jackson de “a embolada do ano dois mil”.

Confere aqui um pouco da conversa com  o artista que soma 200 milhões de acessos no Spotify, com “Anunciação”  que é cantada em estádios dentro e fora do Brasil, enquanto “Belle de Jour” possui mais de 300 milhões de visualizações no YouTube. “Tropicana” ultrapassa a marca de 100 milhões de ouvintes no Spotify. Alceu é foda.

MaisPB – Alceu, 80 Girassóis, uma carreira brilhante, se você se encontrasse com você no início da carreira, você jovem, o que diria?

Alceu Valença – Que eu sou jovem. Eu vivo na embolada do tempo, presente, passado e futuro, tudo ao mesmo tempo, porque toda pessoa que vive no planeta, ela está projetando alguma coisa, você é o fruto das suas memórias e está no aqui e agora. Pra mim o tempo em si não tem fim, não tem começo.

MaisPB – O tempo é senhor de si, né Alceu?

Alceu Valença – Tempo é segredo, senhor de rugas e marcas e das horas abstratas quando paro para pensar. Mas olha, tem umas operações plásticas que fazem agora, são geniais. Outro dia, vi um cara que tem 78 anos e se desse 54 anos, estava se dando muito bem. Infelizmente eu não posso fazer plástica, porque terei que passar 15 dias dormindo com a cabeça pra cima e eu não consigo.

MaisPB – Como aconteceu a escolha do repertório da turnê 80 Girassóis?

Alceu Valença – Eu já escolhi há muito tempo. Eu tenho um celular e isso facilita. Antigamente eu fazia escrevendo. Escrevo muito no aplicativo de Notas. Quando eu viajo para fora do Brasil, aproveito e escrevo poesias. Tem uma narrativa cinematográfica que uma canção que liga a outra. Se eu cantar Girassol eu vou colocar essa canção junto com Flor de Tangerina, que fala de um amor que foi embora e nunca mais voltou.

MaisPB – A gente vive hoje nessa onda de redes sociais, que todo mundo está no feed, no algoritmo, e é quase um copiando o outro e a autenticidade está perdida Você é um artista e seu trabalho é puro suco de autenticidade, misturado com a sua teimosia, suas origens – qual o conselho que você daria para quem quer se conectar com sua obra de novo?

Alceu Valença – Seja você. Um dia eu coloquei um violão nas costas e minha mãe disse que eu estava parecendo com Juca Chaves. “Tire esse violão das costas, seja você mesmo”, disse ela

MaisPB – O jornalista carioca Julio Moura (autor da biografia “Pelas ruas que andei: uma biografia de Alceu Valença”, lançado em 2023) que está do seu lado há muitos anos, escreveu sua biografia. Houve algum tipo de ingerência no trabalho dele, escreveram a quatro mãos?

Alceu Valença – Eu falo demais, né? Como Julio trabalha com a gente, a gente conversava muito e ele ficou sabendo de tudo, ao longo de muitas viagens. Ele conheceu a minha terra, Santo Bento do Una, conheceu de perto a cultura que eu vivenciei. Júlio foi muitas vezes para o carnaval de Olinda, que é outra vertente. Ele foi conhecendo muitas histórias minhas, pessoas que conviveram comigo e aí foi escrevendo. Ele não me mostrava nada.

MaisPB –  No seu universo livre, é impossível não lembrar de Hermeto Pascoal, teve um encontro que aconteceu, ou não aconteceu…

Alceu Valença – Eu cantei uma música dele, ´Curiama´. Uma pessoa maravilhosa, um artista incrível e genial. Não tivemos convivência.

MaisPB