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MAISPB ENTREVISTA

Jornalista Helena Duncan estreia na literatura em “O manual do monstro”

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publicado em 26/04/2025 ás 11h39
atualizado em 26/04/2025 ás 12h23
"O manual do monstro", escrito por Helena Duncan

Kubitschek Pinheiro

Fotos – Guilherme Spindola e Ana Branco 

O Brasil tem nova escritora, a jornalista Helena Duncan que fez sua estreia com o romance “O manual do monstro” É de arrepiar. Com selo da Editora Interseção, o livro segue os passos da personagem Laura, uma mulher prestes a completar 50 anos que faz uma descoberta impactante. Qual? É segrado, está no livro.

O manual do monstro” chega às livrarias pela Interseção Design de Histórias editora de Andréa Samico.

Sim, Laura sai em busca para entender sua história, a começar pela família, a grande família e o contexto social machista em que se percebe inserida. Ela, a protagonista, bem-sucedida e descolada, embarca no autoconhecimento, explorando as dores, os pesares e, claro, buscando a liberdade a todo custo. É um romance denso.

O prefácio é da jornalista Bianca Ramoneda e orelha assinada pela jornalista Ana Carolina Raimundi, que destaca a inovação da obra. A capa é do arquiteto e designer Sérgio Osório, inspirada no desconstrutivismo (da arquitetura) e no cubismo (das artes plásticas).

A música está em todas as páginas do livro. Como assim? A escritora Helena Duncan criou uma playlist para quem quiser preencher os ouvidos enquanto desvenda os caminhos de Laura. São 23 músicas de artistas como David Bowie, Gal Costa, Legião Urbana, Lenine, Caetano Veloso, The Smiths, Elizeth Cardoso, Chico Buarque e, é claro, Zélia Duncan. Ouça agora!

Fotos 1 – Helena Duncan e Maju Coutinho; e as irmãs Helena e Zélia Duncan

MaisPB conversou com Helena Duncan e traz mais novidades sobre “O manual do monstro´

MaisPB – Estrear na literatura com um romance como esse título “O manual do monstro” já é um assombro, uma novidade. A Laura é você ou a Laura está em todo lugar?

Helena Duncan – A Laura é uma personagem de ficção que eu acredito que tenha muito em comum com várias mulheres que vivem relacionamentos abusivos, que se sentem inseguras e perdidas ao envelhecerem, que precisam tomar decisões que mudam suas vidas.

MaisPB – Vamos lá: tenho amigas que não suportaram a ideia de chegar aos 60 anos, mas Laura está bem com 50. Você acha que ela demorou a descobrir toda a trama mental que vive uma pessoa, seja homem ou mulher, nesse Brasil das regiões mais antigas, profundas e angustiantes?

Helena Duncan –A grande luta dessa personagem é para sair do labirinto mental em que ela entra quando descobre que foi traída na maturidade. E, apesar dela ser uma mulher que se cuida, ela fica abalada com a chegada da idade, sim. Isso é algo que nós, mulheres, temos em comum e que é fruto de pertencermos a uma sociedade patriarcal, onde a beleza e a juventude da mulher são muito valorizadas.

MaisPB – De cara, muito legal essa história de você montar uma playlist para o leitor acompanhar a narrativa. Falaí dessa literatura e música, pelo menos sobre essa novidade que você sugere?

Helena Duncan – A música e a literatura para mim se complementam e são sempre muito presentes na minha vida. Quando eu escrevo e crio uma história, naturalmente, penso que os momentos seriam vividos com música. É uma trilha sonora que pode ditar um ritmo para a história.

MaisPB – Como surgiu a ideia de escrever o manual? Tem até uma música de Vanessa da Matta que tem esse nome ´Manual´, que não tem a ver com seu livro, mas sugere uma série de coisas…

Helena Duncan – A palavra “manual”, que está no título do meu livro, pode ser lida com ironia porque você não aprenderá a ser um monstro, nem fugir de um deles lendo o livro, não é um manual na acepção da palavra. O romance trata de dramas humanos e para isso nunca há instruções, as pessoas são únicas e imprevisíveis.

MaisPB – A moça Ana Carolina Raimundi diz que seu livro não parece de estreia, que é uma leitura que flui com os pensamentos da personagem Laura. Comente ai para os leitores essa assertiva do repórter do Fantástico?

Helena Duncan – Fiquei muito lisonjeada com essa afirmação da jornalista Ana Carolina Raimundi na apresentação do livro, já que ela faz reportagens com textos admiráveis, que me emocionam muito.

MaisPB – Adorei a capa do livro do arquiteto e designer Sérgio Osório, tem um movimento, né?

Helena Duncan –Obrigada, eu também adoro. O Sérgio Osório, além de arquiteto, é um artista visual talentoso, que usou referências muito pertinentes para fazer a capa. Acho que ele traduziu o livro numa só imagem.

MaisPB– Vai lançar o livro no final desse mês na Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi – teria alguma chance de lançar pelo país afora, tipo chegar ao Nordeste?

Helena Duncan – Ainda não tenho data em nenhuma cidade do Nordeste, mas quero muito lançar aí, meu pai era baiano, qualquer motivo para ir para essas bandas já me anima.

MaisPB – Quem é Helena Duncan?

Helena Duncan – Sou jornalista, escritora estreante, botafoguense, de Niterói – Estado do Rio, adoro música e livros. Tenho alma solar e escrita soturna.

MaisPB