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Se você confunde o bucho furado com o fofoqueiro está absolutamente errado. É do mais básico saber científico que o fofoqueiro nem sempre espalha notícias verdadeiras. Às vezes ele inventa ou adultera um fato para tornar a fofoca mais bombástica. Isso jamais ocorre com o bucho furado. Os estudos realizados pela tradicionalíssima Lies University apontam o nível de excelência das noticias dadas pelos buchos furados. E sabe por que? Porque simplesmente o que move o bucho furado é uma reação química criada no cérebro que o impede de guardar segredo. O Instituto de Psiquiatria Glückliche Verrückte Leute, que na Alemanha concorre em pé de igualdade com o Max Planc, identificou uma compulsão patológica no bucho furado. Assemelhada aos sentidos e afetando inclusive alguns deles, a divulgação de um segredo enquanto não efetuada pelo bucho furado provoca dificuldade em respirar, boca seca e até mesmo uma certa desorientação. O cientista árabe Majnun Alhajar foi o primeiro a identificar no bucho furado o momento da sublimação que ocorre logo após ele falar o que não deveria. E isso ocorreu de modo acidental. Deu-se que um bucho furado trabalhava no hospital da Lies University, em Londres, mesmo local de pesquisas do famoso cientista árabe e apresentou sinais de um violento infarto ou AVC. Levado para a UTI onde Majnun Alhajar estava naquele momento, foi possível monitorar a súbita melhora do paciente tão logo o mesmo, deitado em uma maca, contou aos enfermeiros que o socorriam sobre o caso de amor do diretor da instituição com uma médica residente, fato que lhe fora confiado pela própria médica sob promessas de sigilo eterno.
Claro que houve um escândalo porque os enfermeiros que atenderam o bucho furado eram fofoqueiros e ao invés de ao menos repetirem a história como contada por ele, aumentaram a narrativa dando conta de um flagrante da esposa do diretor que o surpreendeu na sala de partos fornicando com a amante e a quem ela, esposa, com as mãos nos quartos perguntou retoricamente o que era aquilo, ao que ele teria respondido: “-Azar”.
Eu teria quinhentas histórias sobre buchos furados famosos. Vou me limitar a uma. Consta que um ex-Governador da Paraíba estava conversando com um amigo que lhe contou um fato muito escandaloso, porém pedindo todo sigilo, pelo amor de Deus. Dia seguinte o amigo o procurou logo cedo: “-Mas Excelência, eu pedi para o senhor não contar aquele segredo a ninguém, porém a história já está correndo por aí!”. O político mexeu seu uísque com um dedo gordo e tonitruante rebateu: “- Amigo velho, você que era dono do segredo não o guardou, avalie eu…”.
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SÃO JOÃO NA 'HORA H' - 20/06/2025