João Pessoa, 19 de abril de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com certeza a maioria dos leitores tem pelo menos uma história curiosa sobre encomendas que foram encarregados de levar ou trazer. Mesmo que com o advento dos Fedex da vida esse costume tenha diminuído muito, ainda não acabou. Antigamente é que eram elas. Qualquer viagem que o cidadão fizesse, nas vésperas da partida começavam a chegar os pidões. E olha que eram pedidos os mais absurdos possíveis.
Na época em que estudei no Rio de Janeiro (anos 70) vinha frequentemente a João Pessoa. O que de mais simples me pediam nos retornos era para levar cartas e entregar a filhos e amigos. Aparentemente nada demais, né? Só que eu morava em Copacabana e as cartas tinham como destino os distantes subúrbios da zona norte. Na primeira vez perdi dois dias entregando as correspondências a porteiros chatos porque os destinatários estavam fora de casa. Na segunda vez tive uma ideia genial. No próprio aeroporto de Recife onde eu sempre embarcava de volta ao Rio, comprei um monte de selos e despachei tudo pelos correios.
Mas isso é o de menos. Um amigo meu que retornava de Brasília e já estava na fila de embarque, encontrou um famoso político paraibano que precisava de um pequeno favor. Claro, por que não? Era uma encomenda que não podia amassar. Era… um capô de fusca. Menos sorte teve Luciano que embarcava para São Paulo e uma amiga de Dona Alda lhe pediu para levar uma lembrancinha, já que se tratava do aniversário de seu filho muito saudoso das coisas da Paraíba. Uma grade de guaraná Dore. Grade de madeira, lembrem.
Por falar em aniversário, uma das encomendas mais chatas de se levar eram os bolos de aniversário numa época em que não existiam caixas de papelão para embalar e os bolos iam embrulhados em papel celofane colorido, equilibrados nas pernas durante o voo. O embarque era sempre um problema.
Silvio voltava de carro para o Rio de Janeiro e pediram para que ele levasse…uma feira completa, inclusive latas de leite moça e um bolo pé de moleque. Passando por Salvador resolveu assistir à lavagem do Bonfim e travou conhecimento com uns baianos que estavam tomando umas canas, derivando para a erva maldita. Bateu a larica e solenemente devoraram toda a feira, com loas para o pé de moleque lambuzado no leite moça.
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QUALIDADE DE VIDA - 24/04/2025