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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Escrevendo…escrevendo…escrevendo

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publicado em 14/03/2022 às 06h57

Hoje senti saudade de mim. Da garota que fui um dia. Da sensação de proteção da casa dos meus pais. Dos almoços de domingo na casa de vovó. Até do Fusquinha que nos levava até lá.

Saudade da inocência. Das brincadeiras no quintal, dos banhos de terra e de chuva. Saudade de não pensar no amanhã.

Quanta saudade mora dentro de mim…!

Quanto suportamos de saudade dentro de nós? Dessa ausência que se generaliza? Uma ausência cheia de tanta coisa…

Sinto essa menina. Ela está aqui dentro, apesar de tantos anos terem se passado. A casa de vovó já não existe mais, mas ela ainda está aqui também, escondida e guardada num lugar do coração onde só as melhores lembranças ficam.

A inocência? Essa já não existe mais. A vida já mostrou suas faces. Sim, ela tem mais de uma. Já vi a mais cruel e sei que ela é capaz de muitas coisas. Mas, também já vi a mais bela. Ela se mostra pra mim sempre que olho para as pessoas que amo.

A  brincadeira continua… A história continua…

E nada é  tão nosso quanto nossa história.

Alguns são ótimos em contar a sua própria história. Outros são ótimos em escondê-la.

Alguns têm o privilégio de contar a história que gostariam de contar. Outros contam tristemente a história de vida que carregam compulsoriamente desde o nascer.

Às vezes, passamos por situações que se parecem muito com o final de um livro, como se o fim delas representasse também o fim da história.

O livro continua a ser escrito.

Cada dia uma nova página aparece bem diante dos nossos olhos, e, com ela, novas possibilidades, novos horizontes.

Somos autores, mas também atores. Às vezes protagonistas, outras vezes coadjuvantes, mas nunca meros expectadores.

Somos o retrato dessa obra. Carregamos na pele os traços escritos e estes são indeléveis. Não dá pra passar corretivo, não dá pra apagar com borracha, não há como rasgar a folha. Só nos é permitido escrever, escrever e escrever…

Carrego hoje essas marcas. E contarei ainda muitas histórias. Já tive vontade de fechar o livro, a história parecia cansativa demais. Mas, fechar o livro e não contar mais a história significaria interferir na história de muitos outros atores. Personagens inesquecíveis. Então… cá estou. Escrevendo… escrevendo… escrevendo…

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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