João Pessoa, 23 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tenho testemunhas do que vou contar. Estávamos no café da manhã da padaria Bonfim, sempre numa mesa enorme que junta de bolsonaristas a lulistas (fato quase impossível nos dias que correm) e somente por essa razão já dá pra imaginar a algazarra, não fora a presença diária dos senhores I. do Gelo e N. Panta, que protagonizam diálogos, digamos assim, não muito recomendáveis para menores de 50 anos quando trocam “elogios” incríveis.
Na mesa vizinha um grupo que tinha alguns conhecidos de alguns conhecidos nossos (deu pra entender, né?) vez por outra interagia na bagunça. Num determinado momento, quando discutia-se aqui a questão da aplicação da lei Magnistsky ao Ministro Alexandre de Morais com profundas reflexões jurídicas e filosóficas onde expressões latinas como “ Et tollet eam a papeiro” e ” Gallaecum ets papangu” (traduções ao final do artigo) eram esgrimidas com maestria, um dos da mesa de lá identificou-se como suplente de vereador de uma cidade a oeste daqui e disse que como o congresso nacional estava acocorado, ele iria comprar uns quinze dias de mandato na câmara municipal de sua cidade para apresentar um projeto de lei que iria revidar o desplante americano. Após a vaia que levou, superando os epítetos de comunista e corno, disse que sua proposta era taxar as importações de produtos americanos aqui no Brasil em 100%, para revidar o tarifaço de Trump. Um colega dele deu uma gargalhada e perguntou se iria incidir no doce americano ou nos copos americanos que foram feitos sob medida para tomar cerveja. Porém o quase edil não se incomodou, foi em frente. Na sua peculiar linguagem disse que vai lascar qualquer americano que proíba brasileiros de bolir em dinheiro nos bancos através de um esquema que foi inventado na cidade dele, o bitcoin fantasma. O cientista político Breno, que vez por outra estaciona seu skate na padaria, intrometeu-se na conversa e quis saber como isso seria possível. A resposta veio rápida: “- Vou trazer ele. Você acha que os americanos, mesmo contando com a NASA e todo o poderio militar conseguiriam engalobar tanta gente que se achava sabida como ele conseguiu?”.
Por mais que fosse espremido o autor da ideia não revelou quem é ele, porém há fundadas suspeitas de quem se trate, muito embora atualmente esteja fora do Brasil.
São assim, às vezes, os cafés da manhã na padaria Bonfim.
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