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Infestação de emergentes
Não é porque qualquer coisa “já foi e não é mais” que devemos nos assustar com ela, jamais – mas eu já dava como extinta a civilização dos emergentes na Paraíba, que teve sua rainha, a socialite carioca Vera Loyola (foto), figura de uma presença intangível cá nos trópicos, impregnada dela mesma.
Não que os emergentes sejam ligeiramente bregas, claro que não, mas estão voltando e desta vez com a força geracional, que rege o universo social da cidade de Patos, considerada a capital do sertão. Quem traz essa novidade é a bonita colunista Solyandra.
Escrevi nos anos 80 e 90 diversos textos sobre “les nouveaux riches”, termo que era frequentemente usado para descrever pessoas que acumularam riqueza recente, muitas vezes através de seus próprios esforços, e que podem e devm exibir seu dinheiro de forma que quiser, ostensiva etc.
Emergentes pagavam para sair nas colunas dos finados impressos e hoje pagam para aparecer nas páginas dos blogueiros, pagam para ir à festas e baladas– temos vários exemplos, mas não vamos citar.
A colunista patoense realizou este ano mega festa na Maison Blunelle, a versão que deu certo na cidade mãe, Patos, e explodiu na capital, com a parceria de construtores milionários. Ela está certa, todos são filhos de Deus e esbanjam marcas e grifes. Ah! A paciência das árvores.
Solyandra vai realizar em dezembro a já anunciada festa para entrega do Oscar a sociedade paraibana. O Oscar? Não pasmem. Se você é da sociedade alternativa, nem adianta mexer os pauzinhos, mas se tiver alguma gordura, chega lá.
Será que colunista de Patos conhece a sociedade da capital, já que o esmerado trabalho dela sempre foi na sociedade patoense e redondezas. E precisa? Muito “well liked” ela vai ousar em entregar o Oscar da Sociedade Paraibana. Seria uma infestação de novos emergentes? Talvez.
Na verdade, o (a) emergente é hoje um símbolo do sucesso, jamais celebridade. Não importa de onde você veio, se de Carrapateira ou Copacabana, o que importa é seu nome figurar na lista, dando pintas na pista. Tem que pagar para receber o troféu? Claaaaro que sim, mas os emergentes mundiais estão noiutra e pagam para arrebanhar aplausos da multidão – cuidado, a multidão matou Cristo. Ou foi a ralé?
O importante é estar bem com o seu desempenho, bem na fita Os conceitos sobre emergentes estouraram nas redes sociais que têm ajudado e muito. O importante agora é ser qualificado como “produtivo”, emergente e figurar na lista dos contemplados do Oscar PB.
“Se você é tradicional e não produz, não será nada. Da mesma forma, se você é emergente, não pode parar de emergir!, disse Vera Loyola (ícone “emergente”), Jornal do Brasil, 1994.
Tai gostei – quero ver quem é nova sociedade paraibana que vai receber o Oscar de Solyandra. Aliás, por onde andará o colunista mor de Patos, Carlos Estevam, o mais autêntico, que gostava de usar os paletós de puro linho e deixava a marca pendurada – puro linho. Ele sim, merece receber o troféu da Solyandra.
Pois é, quando o ponto final chora ele vira uma vírgula
Kapetadas
1 – Gente tá muita produção de conteúdo barato, mas é um barato, né?
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
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