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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O menino que ama o cachorro doente

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publicado em 17/05/2025 ás 07h00
atualizado em 17/05/2025 ás 08h12

(dedicado a jória e clarice guerreiro)

Ele disse que foi o cachorro que colou nele e deu ao cachorro, o nome de Osso. E ele não tinha outro nome? Balançou com a cabeça que não sabia.

Sinto que há algo muito forte entre animais e pessoas, tantas vezes tristíssimas pessoas que lembram os violinos de Villa-Lobos, e não se sentem só, gente que ressuscita todos os dias e vive com seus cachorros sadios ou doentes e sonham com um prato de comida, onde estariam, ele e Osso, em poucos minutos.

Todas essas impressões estão em minha memória, aflitivamente próximas umas das outras, como que pedindo, implorando mesmo, que eu escute novamente Villa-Lobos

Até pensei em conversar mais com o menino, ao menos passear com ele e seu cão por aquelas ruas antigas dos anos 70 e tentar sentir um resquício das sensações de quando só existiam cachorros de rua.

Quando eu era menino e chovia, eu tomava banho nas biqueiras do mercado e os cachorros também –  aquilo era a felicidade.

O menino na calçada de uma loja fechada com seu cão doente, no centro de João Pessoa, na impossibilidade de não ir onde ele mais queria, muitas vezes consciente, tantas sem o saber.

Ontem, parado na calçada da praça João Pessoa, eu vi as putas e os cachorros sumindo na chuva

Nem todo mundo se deixa envolver com essas cenas. Eu mesmo atinei para o fato da ideia de ajudar o menino com o Brasil estampado na camiseta, e estava num nível quase inconsciente (como todos as outras que temos, diga-se de passagem!),  pois eu acreditei no menino que ama seu cachorro Osso.

Escrevo e morro tantas vezes quantas vezes e dou fé no que virá.

Kapetadas

1 – Você sabe que está em uma guerra híbrida quando o noticiário parece ficção e a ficção parece o noticiário.

2 – Evite puxar assunto na sala de espera de um consultório psiquiátrico, senão vc pira.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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