João Pessoa, 01 de novembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Fúria onde me cabe a mansidão

Comentários: 0
publicado em 01/11/2025 ás 08h28
atualizado em 01/11/2025 ás 08h29

Eu sou mansa, sim. Mas não se engane com o tom calmo da minha voz, nem com o jeito doce de quem observa o mundo em silêncio. A mansidão, em mim, é apenas superfície, está na minha pele, por dentro há correntezas que não se veem — e nelas, o viver é feroz. Não me  mexe comigo.

Ser mansa nunca foi ser fraca. É apenas saber o momento de rugir. É guardar o trovão dentro do peito e soltar só quando a vida tenta me engolir. A mansidão me permite respirar, mas é a ferocidade que me faz continuar. Eu vou.

Aprendi cedo que sobreviver exige mais do que brandura. É preciso ter garras para quando a ternura não basta. A vida me ensinou a sorrir enquanto sangro, a calar para não perder a razão, e a levantar mesmo quando ninguém espera que eu levante, mas estou de pé.

Eu sou mansa, mas minha função de viver é feroz, porque amar exige coragem, perdoar requer força, e seguir em frente é uma forma de guerra silenciosa. A cada queda, eu renasço. A cada ferida, aprendo. A cada despedida, me reinvento. Eu sou Antonia.

Se às vezes pareço calma demais, é porque já aprendi que o furacão mora dentro. E ele só sai quando a travessia ousa me subestimar.

Como diz a artista Maria Bethânia, não meexe comigo, que eu não ando só.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

[ufc-fb-comments]

MaisTV

Polícia investiga roubos de quase R$ 200 mil em canetas emagrecedoras

BOLETIM DA REDAÇÃO - 16/12/2025

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas