João Pessoa, 23 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O que lhe acontecerá, não sei. Ninguém sabe, cada um, cada um. Essa é a beleza e a angústia de quem observa um espírito livre. O futuro, com suas promessas e armadilhas, se desenrola em um caminho desconhecido, e eu, aqui de fora, apenas observo os passos que você dá com sua própria lida. Sei que você continuará doce, sim, com aquela doçura que desarma, que acalma tempestades internas e faz brotar sorrisos em rostos antes carrancudos. É uma doçura que não se esgota, que transborda em gestos simples, em palavras que acalentam, em olhares que compreendem sem precisar de explicações. É isso, mesmo.
Junto a essa doçura, reside a sua inconfundível loucura. A doida que se joga nas experiências, que ri alto das próprias desgraças, que dança na chuva mesmo quando todos buscam abrigo. Essa loucura não é um defeito, é a sua mais pura forma de liberdade. É a que te impede de se encaixar nos moldes pré-fabricados, a que te impele a buscar caminhos que ninguém mais ousa trilhar. É a faísca que ilumina os dias cinzentos, a cor que pinta a monotonia.
Não sei quais estradas você vai percorrer, quais montanhas vai escalar, quais vales vai atravessar. Não sei se o tempo vai suavizar as bordas mais rebeldes da sua alma ou se a vida, com suas inevitáveis marés, vai te apresentar novos desafios que testarão essa sua dualidade. Mas uma coisa eu sei, com a certeza serena de quem te conhece de verdade: você continuará assim, com essa mistura única que te define.
Haverá, sim, os seus intervalos de lucidez. Momentos em que a razão, mesmo que por breves instantes, vai tentar impor sua ordem ao caos criativo que te habita. Serão como ilhas de calma em um oceano de paixão, instantes de clareza em meio à exuberância do seu ser. E nesses momentos, talvez você reflita sobre os caminhos que escolheu, sobre as loucuras que abraçou, sobre a doçura que ofereceu ao mundo. Mas mesmo nesses intervalos, a essência permanecerá.
Porque a sua doçura não é fragilidade, é força disfarçada. E a sua loucura não é descontrole, é a expressão mais genuína da sua alma. O que lhe acontecerá? Talvez você encontre amores avassaladores, talvez colecione desilusões que te façam ainda mais resiliente. Talvez você descubra talentos escondidos, ou talvez apenas continue a viver intensamente cada segundo. O que importa, é que essa sua chama interior, essa combinação perfeita de doçura e loucura, com seus preciosos intervalos de lucidez, continuará a brilhar. E eu, mesmo sem saber o que o amanhã lhe reserva, celebro a certeza de que você será, para sempre, você. E isso, para mim, já é o suficiente.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 22/07/2025