João Pessoa, 22 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Assim como o além do horizonte, uma energia vai além do retrovisor. Sim, hoje olho para trás…
E, no retrovisor da vida, revejo os caminhos estreitos e os tantos obstáculos que precisei superar.
Vi as estradas poeirentas por onde caminhei descalça, as noites longas, as madrugadas de silêncio e fé.
Vi a mulher que caiu, chorou, mas levantou.
A mulher que, mesmo ferida, ainda sorria para o amanhecer — e seguia sua odisseia.
Há lembranças que doem, é verdade.
Mas há lembranças que curam, porque revelam o quanto somos e fomos fortes quando tudo parecia impossível.
E hoje, olhando o espelho do tempo, percebo o quanto cresci. Eu sou Antônia.
Nada foi em vão.
A vida me ensinou, com delicadeza e dureza, que o coração humano é uma casa sagrada — e que é preciso cuidar do que se permite entrar.
Já vivi dias em que o peito apertava e o silêncio pesava, mas aprendi a transformar tudo em aprendizado, em força, em sabedoria. Venci.
Porque quem não pratica o que aprendeu, esquece o que um dia conquistou.
E eu não quero esquecer.
Quero lembrar da mulher que enfrentou o que muitos não suportariam — e seguiu inteira.
Da menina do sertão que fez das dores degraus, e dos recomeços, asas.
Hoje, a paz mora em mim. Dorme comigo.
Não porque a vida se fez leve, mas porque eu me fiz mais forte.
Carrego comigo a certeza de que nenhuma tempestade é eterna, e que o sol, por mais demore, sempre volta a brilhar.
O retrovisor mostra o passado, mas é o coração que escolhe o caminho.
E o meu escolheu seguir — com fé, serenidade e gratidão.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
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