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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

Dicionário das palavras perdidas

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publicado em 17/10/2025 ás 19h37

CATABI – É o resultado da passagem do automóvel por um buraco no meio da rua. Zeca Porto é testemunha da definição de Carlos Aquino, quando íamos os três ao T.R.F. Recife em busca de justiça: “-São as oscilações excêntricas do asfalto”. Era um catabi de intelectual, né?

O CARNEGÃO DA PEREBA – Eram aqueles olhinhos de pus que nasciam no meio das perebas que os xaropes colocavam pra fora do nosso corpo. Minha avó tinha um certo prazer sádico em estourar aquelas porcarias. Doía demais.

BUNDA CANASTRA (ou bunda canastica) – A pessoa se curva e apoia a cabeça e as mãos no chão. Em seguida, com o corpo curvado impulsiona os pés e dá uma cambalhota, estabacando-se ao final quando as costas e a bunda tocam o chão após o giro.

ALUADO – O Mané, aquele que vive fora da realidade. Dizem que são pessoas que ficam assim por influência da fase da lua.

CADUCO – Hoje em dia talvez seja o mesmo que Alzheimer, mas caduco era mais carinhoso. Havia uma certa ternura nos nossos velhos caducos. Alzheimer é cruel.

TABEFE – Um tapa com a mão aberta, de preferência na cara do freguês e melhor ainda se ficasse a tatuagem dos dedos e da palma da mão na bochecha do safado.

SAFANÃO – Primeiro vinha o safanão(empurrão), depois seguia-se o tabefe.

SACRIPANTA – Nada a ver com Nerivan Panta; trata-se de alguém velhaco, desprezível.

PETIZ – Antigamente havia a categoria petiz na natação do clube Cabo Branco. O mesmo que pirralho. Em Portugal chama-se puto.

SUPIMPA – Dizia-se de uma coisa muito boa. Quem usava e termo era considerado meio assim.

ALPENDRE – Toda casa tinha um. Antecedia a porta de entrada e era adornado com moveis de cana da Índia.

LAMBISGOIA – Era assim que minha tia chamava a vizinha que era muito metida, apesar de ser pobre de marré, marré.

SIRIGAITA – Era uma mulher amostrada que roubava os maridos das mulheres sérias.

MUNHECA DE PAU – Dizia-se do motorista cangueiro (mau motorista).

PRISE – Era a última marcha de qualquer automóvel. Quando os carros tinham somente a marcha a ré e três marchas à frente dizia-se da terceira marcha.

Se gostaram, favor me mandarem mais palavras perdidas. Prometo sigilo da fonte.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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