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O advogado dos policiais suspeitos de participação em chacina, Luiz Pereira, disse, nesta quarta-feira (10), que os militares preferem ficar presos do que utilizar tornozeleira eletrônica, conforme foi determinado pela Justiça. Em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais e da Rádio POP FM 89.3, no entanto, a defesa frisou que os agentes entendem que as cautelares visam proteger o curso da investigação.
“A decisão é de valor moral, tá? Então somente valor moral. Eles entendem a decisão da juíza, entendem que a ideia é proteger o processo, proteger as vítimas, deixar com que a investigação prossiga sem qualquer mácula e dizem que se for para usar a tornozeleira para garantir que essas circunstâncias da investigação sejam mantidas, eles preferem ficar presos”, esclareceu Luiz.
O advogado justificou que o uso do equipamento “iguala os policiais aos indivíduos que combatem na rua”, fazendo referência a uma das vítimas que estava no confronto, pelo qual os policiais são investigados.
“Porque a tornozeleira é um elemento estigmatizante e iguala esses policiais aos indivíduos que eles combatem na rua. E há de se destacar que é entre esses indivíduos que trocaram tiro com os policiais, havia um tornozelado, como a gente chama quem usa tornozeleira. Então veja, qual é o nível de preocupação deles, né? É ter o nível de reprovação e de diminuição. Missão no valor moral perante a sociedade ao usar a tornozeleira”, complementou a defesa.
Ontem, a Justiça acatou a um pedido do Ministério Público da Paraíba e concedeu a liberdade dos policiais. No entanto, aplicou uma série de cautelares:
Entenda o caso
Seis policiais militares foram alvo de uma operação por suspeita de envolvimento em uma chacina em Conde, no dia 15 de fevereiro, que terminou com a morte de cinco pessoas. A ação, coordenada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), cumpriu 12 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária e seis de busca e apreensão.
Os mandados judiciais foram expedidos pela Vara Única do Conde. No dia 18 de agosto foram presos cinco agentes. Um dos alvos está fora do Brasil, segundo a defesa.
A ação contou com o apoio do Núcleo de Gestão do Conhecimento (NGC), Polícia Militar e da Polícia Civil da Paraíba.
A operação, chamada Arcus Pontis, teve a participação de 72 integrantes, entre promotores de Justiça, integrantes do NGCSI, policiais militares, inclusive com o apoio da respectiva Corregedoria, além de policiais civis.
MaisPB
LEGISLATIVO MUNICIPAL - 09/09/2025