João Pessoa, 07 de setembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ontem passei por uma igreja suntuosa no centro da cidade, dessas que possuem cemitério nas dependências e me lembrei de uma história interessante! Seu Gennaro era um ex-padre, amigo da família de ascendência italiana que me contava sempre que a origem da expressão “podre de rico” devia-se aos abastados que tinham direito a serem enterrados nas igrejas. O féretro apodrecia e o mau cheiro exalava durante as cerimônias, então o fulano que foi ali enterrado espalhara o cheiro podre de rico pelos quatro cantos da paróquia. São as chamadas lendas católicas. Essa do Seu Gennaro é bem criativa, mas a verdadeira origem da expressão “podre de rico” não tem a ver com enterros em igrejas, não.
A origem, na verdade, é bem mais simples. A expressão vem da língua portuguesa mesmo e o termo “podre” aqui é usado como um intensificador, um superlativo. Ele serve para dar a ideia de algo excessivo, que ultrapassa os limites.
É a mesma coisa quando a gente fala que está “podre de cansado” ou o local do evento estava “podre de feio”. Não significa que a pessoa está de fato se decompondo, mas sim que ela está extremamente cansada ou o local está muito feio.
No caso de “podre de rico”, o sentido é exatamente esse: uma pessoa tão, mas tão rica, que o termo “rico” sozinho não basta para descrever a sua condição. Ela é excessivamente rica, ou seja, “podre de rica”.
É legal ver como as histórias populares se espalham, né?
A família sempre soube a explicação real e nunca pode contar para o Seu Gennaro, pois ele repetia essa comédia toda vez que nos encontrava com uma fé “podre de linda”!
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