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entrevista

Sai o álbum ´Encantado´ de Silva em vinil, com canções amorosas

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publicado em 06/09/2025 ás 12h02
atualizado em 06/09/2025 ás 13h26
Cantor Silva - Foto: Lucas Silva

Kubitschek Pinheiro

Fotos –  Jorge Bispo e Lucas Silva

´Encantado´, o álbum que Silva lançou em 2023, ganhou edição em vinil pela Três Selos Rocinante. O LP chega  transparente de 180g, com capa simples, obi e encarte com letras e ficha técnica.

Capa do disco de vinil

´Encantado´ é um álbum de canções de amor inéditas, no qual o artista retoma sua vocação de cantor e compositor romântico. As canções são lindas e falam da vida da gente, dos amores, com um lirismo afetivo que atravessa sua obra. É o Silva em maturidade artística.

O processo de criação do disco teve início em seu estúdio caseiro, em Vitória,  onde ele é o hóspede da utopia de si mesmo, em um trabalho que une experimentação eletrônica e se destaca na canção brasileira.

Cheio de sacadas a investigação de beats, harmonias e timbres levou a composições como “Girassóis”, com arranjos de cordas e metais de Arthur Verocai, e “Abram Alas”, faixa que abre o vinil e traz a jornada pessoal e musical que o disco anuncia. É um disco de amor, para muitos amores.

´Encantado´ tem participações de Marcos Valle (Copo D’água), Carminho e Gabriele Leite (Carmesim), Leci Brandão (Amanhã De Manhã), e Jorge Drexler (Recomenzar), reafirmando a dimensão cosmopolita e colaborativa do álbum.

São canções solares e melancólicas, atravessadas pelo tempo das delicadezas da escrita de Lucas Silva, irmão e parceiro de Silva. Entre as faixas, destaca-se a balada ao piano “Vou Falar De Novo”, gravada em sua primeira versão, e o samba de memória familiar “Amanhã De Manhã (Para Lecy)”, dedicado à avó do artista e interpretado ao lado de Leci Brandão. É demais esse disco.

E tem  o funk melody de “Gosto de você” e a balada dramática “Carmesim”, passando pelo toque indie de “A Vida É Triste Mas Não Precisa Ser”, que fecha o disco.

Silva é um grande artista brasileiro. Em conversa com o MaisPB, ele fala das canções e da saudade de seu público pessoense – “Ainda não sei quando volto, mas amo muito essa cidade”.

MaisPB – Encantando agora em vinil para colecionadores e fãs, isso é muito bom não é? Ou seja, não tínhamos o disco em formato físico, agora em LP, amplia mais sua obra, não é?Silva – É muito bom saber que o álbum agora vai entrar na coleção de quem curte os LPs e também o meu trabalho. É um jeito diferente de experimentar música, que valoriza a obra por inteiro, da capa ao som.

MaisPB – Esse disco fala de amor, com um lirismo que lhe é peculiar e as letras são belos poemas. Vamos falar dessa sua veia poética, que na verdade, é sua cara?
Silva – Acredito muito na força e na beleza das palavras. Acho que uma boa canção é aquela que encontra as coisas certas para expressar o que o discurso musical também tem pra nos dizer. A busca pela junção perfeita entre melodia e letra é o que me faz amar ser compositor. É sempre um novo frio na barriga.

MaisPB – A canção Já Era começa calma, mas é uma assertiva, de que algumas coisas passam, o amor também, já que “já era”, é uma expressão que a gente fala em todos os lugares do Brasil. Boa sacada, né?

Silva – Essa música é uma resposta para Exu. O “já era, eu entendi… você falou, tá falado” tem esse tom de brincadeira, mas também de alguém que entendeu a missão.

MaisPB – ´Já Risquei Você´, a sétima faixa, parece a mais bela do disco, essa coisa de fingir, desenhar a giz, o jogo de palavras é demais: Galdi, um delirante, Dali, o Inferno de Dante, Tarsila, Noel– é demais, vamos falar dessa canção?

Silva – Essa faixa foi composta pelo Lucas, meu irmão e meu parceiro maior nas composições. Ele traz as referências do mundo da arte e amarra isso de um jeito lindo. Amo também a melodia que ele criou, tem uma coisa de marcha, parece que veio de outros tempos.

MaisPB – Quando Silva vem a João Pessoa?

Silva – Ainda não sei quando volto, mas amo muito essa cidade.

MaisPB – A última vez que lhe entrevistei você estava no estúdio de Vitória com seu irmão, é lá a fábrica de som do Silva?

Silva – Sim! Amo produzir no meu próprio estúdio, acho que aqui o tempo passa mais devagar. Não tem aquela coisa de hora contada e consigo me concentrar nos detalhes da produção. Diria que é um processo mais artesanal. Esse é o jeito que me dá mais prazer em fazer música.

MaisPB