João Pessoa, 16 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Há épocas em que a razão se retira e deixa o trono para a insensatez. Nessas horas, líderes se erguem não pelo bom senso, mas pelo barulho que fazem — e o absurdo se disfarça de autoridade. A confusão veste farda, a arrogância usa paletó, e a cegueira… ah, essa, é promovida a virtude. Deu a louca geral.
O mais curioso — ou trágico — é que não é uma loucura tímida, dessas que se escondem nas sombras. Ela desfila sob aplausos, como se cada passo torto fosse um ato de coragem. Enquanto isso, a recusa em enxergar é celebrada como pureza de alma, quando, no fundo, é apenas medo de encarar o óbvio. Falando sério como uma pessoa consegue encarar o óbvio?
E assim seguimos: uns fingem não ver, outros não querem ver, e há os que juram que esse é o caminho certo — porque pensar dói, e a coragem anda em falta no estoque da humanidade.
Mas ainda existem aqueles que preferem abrir os olhos, mesmo que a claridade machuque. Talvez sejam chamados de loucos. Talvez. Mas a história nos ensina que a lucidez surge justamente da coragem de ser minoria. E, nesse tempo confuso, é impossível não lembrar das palavras de Shakespeare (foto): “Vivemos tempos em que a loucura veste a capa da liderança, e a cegueira é tratada como virtude…”
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maistv - 12/08/2025