João Pessoa, 04 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
João Pessoa, aos pés das Neves, sua Padroeira
Amanhece o dia 5 de agosto em João Pessoa com um respiro diferente. Há um silêncio sagrado pairando no ar, como se a cidade, antes de despertar por completo, fechasse os olhos para agradecer. É dia de Nossa Senhora das Neves — a padroeira, a mãe que abençoa o chão que a gente pisa, a brisa que vem do mar, os coqueiros que dançam com o vento. Que beleza!
E hoje, mais do que nunca, o coração da cidade bate mais forte: João Pessoa completa 440 anos de existência. Quatro séculos e mais quarenta de histórias contadas nas calçadas, nas igrejas, nos casarões, nas redes estendidas à sombra dos cajueiros. É tempo de celebração e gratidão.
Eu vim do sertão, lá de onde a terra racha no verão e floresce na coragem do povo, mas João Pessoa me abraçou com uma doçura que só as cidades que sabem acolher têm. Me tornei também filha — de escolha, de amor, de fé. E hoje, faço parte dessa história viva que a cidade constrói com passos firmes e alma leve, suas ruas, árvores, amigos, amores, esquinas e o caminho que me leva para o mar. Salve, João Pessoa
João Pessoa sabe ser capital e sertão, beira-mar e coração. Cidade onde o sol nasce primeiro, mas onde o tempo, às vezes, parece parar pra contemplar. Onde o velho e o novo se abraçam em silêncio.
Hoje, os sinos tocam diferente. Tocam para lembrar que não é só mais um dia — é o Dia da Cidade. E quem vive aqui sabe: João Pessoa não é feita só de ruas e prédios, mas de gente hospitaleira, que sorri com o olhar, de quem oferece sombra e rede, café coado e prosa boa. Ô João Pessoa boa…
A história da cidade se mistura à da fé. Conta-se que a Mãe das Neves apareceu para guiar um navio perdido, e talvez, por isso, até hoje, todo pessoense — e todo coração que aqui mora — saiba encontrar rumo mesmo em meio às tempestades. Temos esse dom de recomeçar, de levantar poeira com dignidade, de ser brisa mesmo quando o mundo vira vendaval.
E que sorte a nossa ter como padroeira uma mulher. Porque Nossa Senhora das Neves nos ensina que é possível ser forte e delicada, ter fé e coragem, ser abrigo e maré. Ela cobre João Pessoa com seu manto branco e silencioso, como quem embala um filho nos braços. E a cidade, grata, floresce.
Hoje, ao andar pela orla, pelos bairros, pelo centro histórico, eu sinto João Pessoa inteira dizendo: “Eu sou tua. E tu és minha.” Um amor calmo, firme, que não grita, mas acolhe. Como a própria Mãe das Neves.
Que ela continue abençoando esta terra de encantos, este povo que sabe sorrir mesmo com os olhos cansados, e que nunca perde a fé. Porque João Pessoa é isso: um altar de esperança à beira do Atlântico, uma prece viva entre o mar e o céu.
E hoje, mais do que nunca, meu coração — sertanejo e agradecido — reza com a cidade:
Salve, João Pessoa.
Parabéns pelos teus 440 anos.
Salve, Nossa Senhora das Neves.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
SUCESSÃO - 04/08/2025