A lição que a vida cobra em silêncio é coisa de cinema.

Tem coisa que a gente só aprende vivendo. Na porrada. Pode estudar nas melhores escolas, ter diploma pendurado na parede e ainda assim, na hora do aperto, descobrir que não sabe lidar com a dor, porque tem uma matéria que não entra no currículo escolar: a de suportar.

Suportar é uma ordem. É continuar mesmo quando tudo em volta grita pra você parar. É ter os joelhos tremendo e ainda assim dar mais um passo, mais além. É engolir o choro na frente dos outros e chorar baixinho no travesseiro, pra não assustar ninguém. É segurar firme quando todo mundo solta as arestas.

Ninguém ensina a suportar o luto, o abandono, a traição. Ninguém dá aula sobre como reagir quando a vida vira do avesso. A gente aprende isso no grito, na marra, no silêncio das madrugadas. Aprende com os tombos e também com as cicatrizes.

Suportar é saber que tem dias que vão parecer intermináveis… Que o peito vai apertar sem motivo aparente, que o mundo vai parecer pesado demais, mas mesmo assim, você vai levantar.  Tenha vergonha na cara e  se levante e vá adiante. Vai cuidar dos outros, vai sorrir nas fotos, vai cumprir seus compromissos. Porque tem gente que já entendeu que parar não é uma opção.

E eu sei… a gente cansa. Cansa de ser forte, de fingir que tá tudo bem, mas dentro de cada mulher que sobrevive ao caos, existe uma força ancestral, silenciosa, estupidamente silenciosa, mas viva. Uma força que não foi ensinada, mas herdada. E é ela que nos faz suportar. E seguir.

A vida não espera quem fraqueja, ela voa. E quem fica, é quem aprendeu a suportar. Com ou sem aplausos, mas com dignidade.

É isso, a conta sempre chega.

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