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Hospital anuncia mudanças nos requisitos para cirurgias bariátricas em João Pessoa

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publicado em 24/05/2025 ás 15h22

O Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI) anunciou, neste sábado (24), que vai seguir a nova deliberação do Conselho Federal de Medicina (CFM) de realizar cirurgias bariátricas a partir do índice de massa corpórea (IMC) de 30, com comorbidade.

O Hospital é especialista em tratamento da obesidade grave na rede pública de João Pessoa. Antes dessa normativa, a bariátrica só era permitida para pessoas com IMC a partir de 35. O CFM publicou esta semana as novas normas para realização do procedimento.

A diretora-geral do Hospital Santa Isabel, a médica Adriana Lobão, disse que as mudanças nas regras para as cirurgias bariátricas representam um avanço no tratamento da doença.

“Considero um avanço, pois pessoas com IMC a partir de 30 e com comorbidade, como diabetes, hipertensão e apneia de sono refratária serão beneficiadas. O HMSI passará a atender nessa nova perspectiva, porém, de 18 anos acima, já que o hospital atende a partir dessa faixa etária. Então, nós já vamos seguir essa orientação na triagem, que é a porta de entrada para o programa de cirurgias bariátrica no Santa Isabel”, disse.

O índice de massa corporal (IMC) é o peso em quilos dividido pela altura ao quadrado. Entre 25 e 29,9 é considerado sobrepeso. Se for superior a 30 é considerado obesidade grau I. Segundo as novas regras, podem fazer bariátrica as pessoas com IMC de 30 que tenham: diabetes tipo 2; doença cardiovascular grave; apneia do sono grave; doença renal crônica precoce; doença gordurosa hepática e refluxo gastroesofágico.

O cirurgião bariátrico Geraldo Camilo Neto, chefe do Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Santa Isabel, disse que a resolução do CFM atualiza uma série de questões muito importantes a respeito das cirurgias para tratamento da obesidade, trazendo a realidade do Brasil para o presente, para a realidade do resto do mundo.

“Agora, a gente amplia as indicações de cirurgia para aqueles pacientes com obesidade de grau 1, que muitas vezes sofriam com doenças graves, como diabetes, hipertensão arterial de difícil controle, como é uma sobrecarga cardíaca, cardiovascular, por conta do excesso de peso e que, pelas regras do conselho, até então não podiam ser candidatos à cirurgia de obesidade. Agora esses pacientes são contemplados com esta indicação, segundo o que já é feito mundo afora, seguindo diretrizes internacionais, como é, por exemplo, o caso da diretriz norte-americana”, explicou o médico.

Ele ressaltou que a nova regulamentação do CFM, além de várias outras mudanças, trouxe a normatização de procedimentos cirúrgicos que eles chamam de procedimentos emergentes, de técnicas cirúrgicas novas que surgiram há 10, 15 anos, e que amadureceram muito ao longo desse tempo em segurança e resultado, e que, até então, não poderiam ser oferecidos aos pacientes, exceto em protocolo de estudo.

“Essas técnicas que já foram exaustivamente estudadas e tiveram seus resultados comprovados e a segurança confirmada, elas podem também ser oferecidas aos pacientes que sofrem com formas graves de obesidade ou que necessitam, por exemplo, de uma cirurgia revisional, de uma segunda cirurgia para obesidade. Então, a nossa comunidade comemora essa resolução. Ela é fruto de um trabalho exaustivo das sociedades especializadas a respeito desse tema junto ao Conselho de Medicina”, comemora Geraldo Camilo Neto.

O cirurgião completou ressaltando que “o Hospital Santa Isabel vai seguir como sempre vem fazendo, oferecendo o tratamento cirúrgico de obesidade aqueles pacientes que se encaixam nas indicações protocolares do CFM no Brasil”.

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