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Kubitschek Pinheiro
Fotos – W Possato
O “Sambabook Beth Carvalho”, uma homenagem à cantora que faleceu em abril de 2019, foi lançado em abril deste ano, e está disponível em todas as plataformas de áudio e vídeo. Este projeto, promovido pela Musickeria, reúne diversos artistas para interpretar sucessos da “madrinha do samba”. O show virá a João Pessoa, no segundo semestre.
Elaboração:
O Sambabook é uma plataforma de conteúdo que celebra a história do samba, e este ano, foi a vez de Beth Carvalho, uma das maiores referências do gênero no Brasil. O projeto traz as participações de grandes nomes da música brasileira, incluindo Zeca Pagodinho, Maria Rita, Diogo Nogueira, Ludji Luna, Teresa Cristina e Seu Jorge. A filha de Beth, Luana Carvalho canta “Andança” com Golden Boys
O Sambabook Beth Carvalho vai além de um simples álbum tributo. O projeto inclui um caderno de partituras com transcrições dos arranjos originais, uma discobiografia completa da carreira de Beth Carvalho e um compacto em vinil com duas faixas especiais: “Coisinha do Pai” e “Andança”.
A iniciativa visa celebrar a trajetória da artista e perpetuar seu legado para as futuras gerações, que terão oportunidade de conhecer a obra e a contribuição de Beth Carvalho, para a música brasileira.
A cantora Teresa Cristina, que interpreta “Saco de Feijão”, destacou a importância da obra de Beth Carvalho. “O repertório da Beth é muito simbólico para a música brasileira, para as cantoras de samba. Ela gravou tudo o que quis, todos os compositores que ela julgou importantes. Uma coisa que eu aprendi com a Beth Carvalho foi frequentar todas as rodas de samba que eu puder. Ela ia a todas, não importava onde era. Sempre que eu me deparo com uma roda de samba nova, em lugares que eu poderia não ir por preguiça ou por distância, eu penso: a Beth Carvalho iria nessa roda? Iria. Então eu vou”.
A partir de 8 de maio, o Sambabook Beth Carvalho ganha os palcos de várias capitais brasileiras, em uma turnê que vai reunir diversos convidados. A estreia será em São Paulo (VIBRA SP), seguindo para o Rio de Janeiro no dia 15/05 (Vivo Rio). Os shows contarão com a participação da Banda da Madrinha, formada por músicos que tocaram com Beth Carvalho e também no Sambabook, além de artistas como Arlindinho, Sombrinha, Paula Lima, Lu Carvalho, Marina Iris e Prettos, entre outros. As datas da turnê serão atualizadas nos perfis do Sambabook.
O MaisPB conversou com Afonso Carvalho, idealizador e diretor artístico do Sambabook, além de sócio da Musickeria, produtora do projeto e traz mais informações para os leitores.
MaisPB – Cara, que disco bonito esse Sambabook com clássicos de Beth Carvalho e tem muita gente envolvida nesse projeto. Vamos começar por aqui?
Afonso Carvalho – O Sambabook é um projeto muito especial que, desde a primeira edição dele, sempre agregou alguns dos mais importantes artistas da música brasileira. E agora, nessa edição, em homenagem à Bete Carvalho, não podia ser diferente. E a gente traz os maiores sucessos da carreira da Bete em interpretações muito especiais de alguns dos principais nomes da música brasileira.
MaisPB – Como se deu a seleção das canções e a assertiva dos artistas que se casam muito bem nas interpretações?
Afonso Carvalho – Um dos grandes prazeres que eu tenho como criador do projeto e diretor artístico é exatamente fazer essa seleção de repertório e convidar os artistas para participarem do Sambabook. E, para mim, quando eu fico ali imaginando, ouvindo a canção e pensando quem poderia gravar, em alguns momentos aconteceram coisas que nem eu mesmo sei explicar. Porque eu começo ali num processo de ficar idealizando, de ficar pensando quem poderia combinar com qual música. E, ao longo de seis Sambabooks, a gente está chegando na sétima edição, agora em homenagem à Beth Carvalho. Aconteceram encontros de músicas e intérpretes que nós fomos muito felizes na escolha. E, nesse Sambabook da Beth Carvalho, alguns resultados, como Agnes Nunes cantando As Rosas Não Falam, seu Jorge Maria Rita cantando Ainda É Tempo Para Ser Feliz, o Ferrugem cantando Água de Chuva no Mar, o Xande de Pilares com 1.800 Colinas, enfim, tantos artistas que casaram perfeitamente com as canções que interpretaram. Para mim é uma alegria, um privilégio poder estar nesse lugar.
MaisPB – Cá pra nós, mas eu achei que ninguém cantou tão bonito como a cantora baiana Agnes Nunes, interpretando as Rosas Não falam. Estou certo?
Afonso Carvalho – Com certeza, inclusive eu acabei de citar isso porque a Agnes é uma intérprete muito peculiar. Ela tem uma estatura de uma pessoa pequenina, franzina, mas que no palco, na interpretação, ela fica gigante. A Agnes tem sido uma artista que eu tenho prestado atenção com muito cuidado e vejo o quanto ela é poderosa, o quanto ela é estudiosa e o quanto ela respeita aquilo que ela canta. E isso faz toda a diferença. Para você ter uma ideia, na gravação do Sambabook, ela quando terminou de cantar a música As Rosas Não Falam, todos os músicos que estavam ali, e olha que eu estou falando dos maiores músicos de samba do Brasil, porque era a banda que acompanhava a Beth Carvalho, todos eles se levantaram para aplaudir de pé a Agnes. Então ali já deu para sentir que a gravação deu liga e que com certeza também teria um resultado para o público amante do samba, amante da Beth Carvalho, se emocionando da mesma forma que a gente ali no estúdio de gravação.
MaisPB- “Coisinha do Pai” ganhou um vozeirão com todos cantando juntos – ficou uma beleza né?
Afonso Carvalho – Em cada edição do Sambabook, a gente escolhe um dos maiores sucessos do artista e faz um grande We Are The World, ou seja, todos os artistas que participaram cantando aquela canção. A gente faz uma mixagem, uma edição com todo mundo cantando, um vídeo com a participação de todos e se torna uma música emblemática de cada projeto. No do Zeca Pagodinho foi Camarão Que Dorme A Onda Leva. No da Dona Ivone Lara foi Sonho Meu. Jorge Aragão foi Vou Festejar. E agora, na Beth Carvalho, a gente escolheu Coisinha do Pai. E é muito bacana porque acaba sendo uma canção que se torna uma das mais ouvidas do trabalho porque como ela vai para o perfil de cada artista que participou, isso tem uma enorme repercussão. Se você puxar no Spotify e verificar alguns dos maiores nomes da música brasileira, e eu posso estar falando do Caetano Veloso, a Maria Bethânia, ao Criolo, e Emicida, você vai ver que no Top 5 desse artista tem uma das músicas do Samba Book que a gente gravou. Então foi muito bacana ter Coisinha do Pai com a participação de todos os artistas do projeto.
MaisPB – Eu fiz matérias com todos os outros João Nogueira, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, quando tínhamos o Correio da Paraíba impresso. Tem ideia de quem poderia ser o sétimo homenageado?
Afonso Carvalho – Olha, o sétimo homenageado do Sambabook, eu posso só te dar o spoiler e dizer que vai ser uma mulher. Nós ainda estamos acertando os detalhes, mas é mais um grande ícone da música brasileira, do samba, e a gente está muito feliz de poder mais uma vez fazer um Sambabook homenageando uma mulher. Em breve a gente vai poder anunciar para vocês.
MaisPB – Gostei de Hamilton de Holanda no Saco de Feijão / Corda no Pescoço / Saudades da Guanabara, esse cara é gênio, não é?
Afonso Carvalho – O Hamilton de Holanda é um grande craque, o nosso Messi do bandolim brasileiro. Ele é um músico que desde a primeira edição sempre participou do Sambabook, e nessa edição agora que ele participa, ele junto com o Gabriel Gross, que é um grande gaitista de Brasília, Nicolás Krassik, que é o francês mais brasileiro que a gente tem, e o Marcelinho Moreira, um dos maiores percussionistas do Brasil. Todos tiveram uma relação histórica com a Bete Carvalho, são músicos que a Bete revelou desde o início da carreira deles. E o número musical que eles participaram no Sambabook da Bete foi uma idealização minha para que eu pudesse fazer uma homenagem especial da Bete a algo que ela sempre valorizou, um músico brasileiro. Então é um tema instrumental com arranjo do Rafael dos Anjos, que tem saco de feijão, corda no pescoço e saudade da Guanabara, do nosso querido Moacir Luz. Então é um número muito especial, com esses virtuosos dos instrumentos, da gaita, do violino, da percussão e do bandolim.
MaisPB – Agora em maio o projeto vai virar show – será que vem ao Nordeste?
Afonso Carvalho – Em breve, Sambabook Bete Carvalho em João Pessoa. Enquanto isso, vocês podem se deliciar no YouTube, no canal do Sambabook, e também nas principais plataformas digitais. Então, é só você colocar lá Sambabook Beth Carvalho e poder ouvir todas as músicas.
Aqui o videoclipe de Coisinha Tão Bonitinha do pai
Sambabook Beth Carvalho – Repertório completo e intérpretes:
Andança – Luana Carvalho, Golden Boys
A chuva cai – Zeca Pagodinho
Folhas Secas – Luedji Luna
1800 Colinas – Xande de Pilares
Saco de Feijão- Teresa Cristina
Ainda é Tempo pra Ser Feliz – Seu Jorge, Maria Rita
As Rosas Não Falam- Agnes Nunes
O Mundo É Um Moinho- Fagner
Pedaço de Ilusão- Jorge Aragão
Goiabada Cascão- Zélia Duncan
Malandro Sou Eu- Diogo Nogueira
Fogo de Saudade- Péricles
Camarão Que Dorme A Onda Leva- Lu Carvalho e Mosquito
Sem Ataque, Sem Defesa- Arlindinho
Saco de Feijão / Corda no Pescoço / Saudades da Guanabara- Hamilton de Holanda, Nicolas Krassic, Gabriel Grossi, Marcelinho Moreira
O Show Tem Que Continuar- Sombrinha
Doce Refúgio- Mumuzinho
Samba de Arerê- Leci Brandão
Água de chuva no mar- Ferrugem
Não quero saber mais dela- Prettos
Samba no Quintal- Grupo Fundo de Quintal
Firme e Forte- Luciana Mello
Vou Festejar- Paula Lima
Nas Veias Do Brasil- Marina Iris e Bateria da Mangueira
Coisinha do Pai – Todos os artistas participantes
Bônus- Rildo Hora
Ficha técnica:
Direção Geral e idealização: Afonso Carvalho
Direção Musical: Alceu Maia
Direção Audiovisual — Carolina Duttra e Pietro Grassia
Músicos:
Alceu Maia: Cavaco
Alex Almeida: Percussão geral
Beloba: Tan tan
Bororó: Baixo
Carlinhos 7 Cordas: Violão de 7 Cordas
Carlinhos Tcha Tcha Tcha: Surdo
Charlles da Costa: Violão de 6 cordas
Clarisse Grova: Coro
Dirceu Leite: Flauta
Itamar Assiere: Teclado
Jorge Gomes: Bateria
Jussara Lourenço: Coro
Marcio Vanderlei: Banjo
Marcelo Pizzott: Repique
Cenografia:
Cenografia e direção de arte: Zé Carratú
Projeto: Bruna Finimundi
Cenotécnicos: Marcos Leandro da Silva
Realização: MUSICKERIA
Direção Artística – Afonso Carvalho
Direção de Marketing – Luiz Calainho
Direção executiva e gestão de patrocínios – Flavio Pinheiro
Coordenação administrativa e financeiro – Marcelo Megale
Coordenação de produção – Eveline Peixinho
Produção de marketing e Redes Sociais – Débora Baptista
Produção de marketing – Thamiris Leandro
Direção de arte – Gustavo Tavares
MaisPB
OPINIÃO - 02/05/2025