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Bernardo Lobo lança “Bons Ventos”, oitavo disco de carreira

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publicado em 06/01/2024 ás 11h33

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Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Fotos – Arthur Rangel

Há anos morando em Portugal, o cantor e compositor carioca Bernardo Lobo acaba de lançar “Bons Ventos”, o oitavo de sua discografia. O álbum tem vários parceiros, um deles Nelson Motta, que provocou a parceria, pedindo ao Bernardo melodias para botar letra.

Outro parceiro é o poeta português Tiago Torres da Silva, que já compôs com Ivan Lins e Francis Hime. Eles fizeram muitas canções juntos, Bernardo escolheu duas para este disco, que marca 30 anos de carreira e 50 de idade do Bena. Ele é filho do casamento de Edu Lobo e Wanda Sá.

Gravado em Lisboa, o disco leva o nome de uma canção inédita no título. Com selo da Biscoito Fino já está disponível em todas as plataformas e agora em janeiro sairá físico. A produção musical é de Marcelo Camelo, que participou da seleção do repertório e toca quase todos os instrumentos no álbum: guitarra, piano, baixo, bem como bateria e percussão.

Apesar de serem artistas, morarem no mesmo bairro – Leblon, Rio, Bernardo só ficou amigo de Marcelo Camelo lá em Portugal – os dois só vieram a se encontrar mesmo quando veio a ideia de convidar o vocalista do Los Hermanos para produzir o novo trabalho. “Consegui o contato do Camelo, contei a ele sobre o novo projeto e ele topou na hora, disponibilizando o seu estúdio, o Estrela, pra gente gravar”, conta Bernardo.

Na primeira visita ao estúdio, Bernardo Lobo mostrou uma pré-seleção de canções inéditas, 16 músicas para Camelo escolher oito, e pediu que ele selecionasse as que achasse mais comunicativas.

De vento em popa, em março Bernardo Lobo vem ao Brasil para temporada de shows.

Em entrevista ao MaisPB, Bernardo Lobo conta as novidades do novo disco, da vida em Portugal e a ventania que é a vida do artista.

MaisPB – “Bons Ventos”, é o melhor disco seu. Posso dizer isso?

Bernardo Lobo – Pode sim, muita gente já disse isso.

MaisPB – As letras, melodias, saem de Portugal e vem pro Brasil e vão tocar em todo canto, né?

Bernardo Lobo – É, tomara. Tem muita gente que gostou desse disco e eu quero cantar em todo canto.

MaisPB – A faixa que abre o disco é uma canção sobre o Rio de Janeiro, sua e Mu Chebabi e já fala nos ventos…

Bernardo Lobo – Sim, tem várias formas de vento. Na verdade, eu só percebi depois que eu dei o título do disco “Bons Ventos”, mas por causa da segunda faixa que se chama Bons Ventos, mas depois de apresentação de Hugo Sukman,(jornalista, crítico musical) ele fala que tem ventos em muitas canções, muitas letras falam em ventos, ventando como a maré, enfim, os ventos estão presentes nesse meu disco.

MaisPB – É linda a canção Rio de Janeiro…

Bernardo Lobo – A letra na verdade é de Mu Chebabi, só que essa música tem uma novidade: a segunda parte da letra não era nada disso, falava de África e o Camelo ( Marcelo) quando viu no estúdio não disse nada, mas no dia seguinte ele falou: Bena, vamos mudar isso e aí falamos com o autor da letra e mudamos a segunda parte. É linda essa canção.

MaisPB – Na canção Bons Ventos, Luciano Maia toca sanfona, uma beleza… Foi sua a ideia sua?

Bernardo Lobo – Sim, foi ideia minha, eu gostei muito. O Luciano toca muito e deixa a canção mais bonita.

MaisPB Vamos falar da quinta faixa D.R. que é uma parceria sua com Nelson Motta?

Bernardo Lobo – D.R. é discussão de relação, vocês não falam D.R. aí na Paraíba? Isso é muito falado no Rio de Janeiro, é uma coisa constante. Tipo assim: poxa tive uma D.R. com minha mulher ontem. É quase que uma gíria.

MaisPB – E a experiência de trabalhar com Marcelo Camelo?

Bernardo Lobo – Com Camelo foi muito bom. A gente se encontrou uma numa entrada de um show em Lisboa, e a ideia de chamar ele nem foi minha, não via o Camelo produzindo um disco meu Ele é sobrinho de Bebeto Castilho do Tamba Trio e tinha um envolvimento com a música brasileira desde antes, tá no DNA. Ele tinha produzido um disco do Bebeto, o último. Ele não é só roqueiro, ele tem a música brasileira na cabeça.

MaisPB – Sim, e o Camelo está em todo disco, né?

Bernardo Lobo – Toda a base rítmica é dele, ele toca bateria, baixo e percussão e toca piano de contracanto, as guitarras são dele e os arranjos fez comigo

MaisPB – A terceira faixa Arrebentação, a letra é do Moyseis Marques?

Bernardo Lobo – Sim, a letra é do Moyseis, é linda essa letra.

MaisPB – No Leblon, a sexta faixa é sua e do Edu Krieger. Vocês lançaram a Garota no Leblon?

Bernardo Lobo – Exatamente – eu virei para o Edu Krieger, que escreveu essa letra, ele ficou muito feliz e eu disse: essa canção é a nossa Garota do Leblon.

MaisPB – Tem uma música que se parece com as coisas de seu pai, Edu Lobo, a faixa Vai e Vem?

Bernardo Lobo – Na verdade eu fiz a primeira parte da melodia, estava pronta, mostrei para Humberto Araújo pedi para ele fazer a segunda parte e chamamos o letrista Thiago Torres da Silva, que é português, ele fez no violão, fez a letra, entre o fado e o samba. Ele tinha sugerido que o fado virasse um samba…

MaisPB – Colocar o fado dentro de um samba, ficou bom demais..

Bernardo Lobo – É moderno, né?

MaisPB – Voltando a canção D.R. você canta com Ive Greice?

Bernardo Lobo – Sim. Ive Greice é uma cantora de Brasília que vive em Lisboa, ela é apadrinhada pelo Nelson Motta, ele que me indicou o dueto com a Ive. Eu já a conhecia no Rio.

MaisPb – Geralmente você não faz dueto em seus discos…

Bernardo Lobo – Eu fiz no primeiro com a Talma de Freitas, ela é maravilhosa. Já cantei muito com os cantores convidados, Chico Buarque, Milton Nascimento, Seu Jorge…

MaisPB – Esse disco marca trinta anos?

Bernardo Lobo –Esse é o oitavo, são trinta anos de estrada.

MaisPB – Agora em janeiro vai sair o disco físico?

Bernardo Lobo – Sim. E junto o videoclipe, eu queria muito que saísse em vinil – o clipe de Bons Ventos, eles fizeram umas imagens minhas quando fui lá na Biscoito Fino, que é a música para puxar o disco.. que é a única letra minha…

MaisPB – CD hoje é um dia é raridade, né Bernardo?

Bernardo Lobo – É sim. Eu não ouço mais, faz tempo.

MaisPb – Quando você vem ao Brasil?

Bernardo Lobo – Eu devo ir ainda não está certo, mas no final de março, fazer o show de lançamento no Rio, São Paulo e Brasília.

MaisPB – Você já se apresentou no Nordeste?

Bernardo Lobo – Olha, eu dei uma entrevista outro dia para uma rádio do Recife, e disse que uma das mágoas da minha vida é nunca ter me apresentado em Recife, que é a terra do meu avô. Em trinta anos nunca fui convidado e queria muito ir à Paraíba. Minha carreira no Brasil se restringiu a Rio, São Paulo, Minas Gerais e interiores

MaisPB – Os discos anteriores, saíram todos físicos?

Bernardo Lobo – Saíram sim, menos os dois últimos, o que eu fiz em homenagem a Marcos Valle e Zambujeira, que é instrumental – esse fiz com Pablo Lapidusas, pianista argentino, esse disco é incrível e chegou a ser indicado ao Grammy Latino.

MaisPb – Seu pai já ouviu esse disco novo, ele gostou?

Bernardo Lobo – Ele foi o primeiro a ouvir, ele gostou muito. Ele falou “o teu melhor disco, maduro está cantando muito bem” Elogiou meu canto, os arranjos, a produção, tudo. Eu recebi um telefonema até de Dori Caymmi falando bem do meu disco.

MaisPb – Então eu estou certo, esse é seu melhor disco?

Bernardo Lobo –É sim.

MaisPB – Você não é ligado nas redes sociais?

Bernardo Lobo – Não, eu uso por necessidade. Por exemplo, eu conheci o Tiago Torres da Silva por conta de um vídeo que eu tinha postado. Ele assistiu e gostou, logo entrou em contato comigo. Por causa das redes sociais já aconteceram bons encontros na minha vida.

Do Rio de Janeiro Bernardo Lobo / Mu Chebabi

Voz e violão: Bernardo Lobo

Bateria, percussão, baixo, guitarra, piano e melotron: Marcelo Camelo

Bons Ventos Bernardo Lobo

Voz e violão: Bernardo Lobo

Bateria, baixo, guitarra, percussão e piano: Marcelo Camelo

Sanfona: Luciano Maia

Coro: Bernardo Lobo, Marcelo Camelo, Juca Cunha, Paula Cury, Marília Schanuel, Domingas Mascarenhas e João Ventura

Arrebentação Bernardo Lobo / Moyseis Marques

Voz e violão: Bernardo Lobo

Bateria, percussão, baixo e piano: Marcelo Camelo

Flauta, sax e arranjo de sopros: Humberto Araújo