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A professora Erika Marques, Reitora do Centro Universitário Uniesp, é doutora em Psicologia Social - UFPB, Mestre em Desenvolvimento Humano - UFPB, tem MBA em Gestão Universitária pela Georgetown College e é especialista em Planejamento, Implementação e Gestão em Educação à Distância pela UFF. @profaerikamarques

Tem que correr, tem que suar, tem que malhar, vamos lá!

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publicado em 24/03/2021 às 07h31
atualizado em 24/03/2021 às 04h46

Tem que correr, tem que suar, tem que malhar, vamos lá! Esse hit dos anos 80 anunciava a popularização da atividade física e do culto ao corpo, ao som de Marcos Vale que terminava a música avisando que quem não “se endireitar” não tem lugar ao sol. Desde então, a ginástica se tornando cada vez mais popular, lotando as academias e outras práticas desportivas. Seja por estética ou por saúde, o grande desafio é manter a constância e regularidade desses treinos. Para isso, fala-se muito em motivação, mas como se dá esse processo?
A motivação, em sua etimologia, vem do vocábulo latim “motivus”, que se refere ao ato de se mover. Quando uma pessoa está motivada, nela surge o desejo de movimento e a busca de suas realizações e conquistas. A motivação é um dos principais precursores para a realização de uma tarefa bem-sucedida e ela pode ser de origem interna ou externa, reforçando que na nossa vivência, expectativas e valores atuam diretamente sobre esse processo. Em relação às motivações internas, as mesmas podem resultar em sentimentos de bem-estar, prazer, e consequentemente um maior interesse e persistência com a atividade envolvida. Por outro lado, a externa, é percebida nos seguintes fatores: prevenção de doenças, controle de peso corporal, condição física e questão estética.
Nesse campo da atividade física e da prática de exercícios físicos, a motivação exerce um papel de grande efeito sobre os indivíduos, sendo um dos grandes responsáveis para que o indivíduo realize uma atividade ou não. Porém, a entendendo como algo complexo e de impulso, o que fazer quando nos falta a motivação, quando não se tem vontade, mesmo estando ciente racionalmente dos benefícios da mesma?
Para corroborar, gostaria de ressaltar que fazer algo para ganhar de imediato é bem mais motivador que praticar para não perder. Por exemplo, um cadeirante que precisa fazer musculação com o objetivo de fortalecer a musculatura e voltar a andar, terá naturalmente muito mais motivação, que outro que precise fazer exercício para evitar a piora, sem chances de voltar a andar. Desse modo podemos entender que muitas vezes modificar a estética, pode ser mais motivador, que a promoção da saúde, de caráter preventivo. Da mesma forma que um atleta quando tem uma prova alvo, na qual visualiza o pódio, a medalha; terá obviamente muito mais força e foco em alcançar que outro que não tenha.
Alguns life coaches afirmam que esperar estar motivado para a prática ou a constância da atividade física é complicado, pois esse processo é complexo e mutável dependendo das circunstancias, portanto, se altera a cada dia. Desse modo, na falta de motivação devemos ter foco, persistência, sangue no olho e partirmos para cima. Será que essa receita de bolo funciona sempre? O que você deseja? Consegue ter um alinhamento entre o que quer e o que consegue fazer? A prática de exercícios físicos deve antes de qualquer outra coisa, promover bem-estar, e esse, da mesma forma da motivação, é muito relativo e depende de onde se quer chegar. Poderia até me arriscar a dizer que, se traz sofrimento ou peso, algo deve ser revisto. Afinal o nosso corpo tem a tendência natural em barrar qualquer esforço físico a mais, sendo realmente necessário que se tenha bem definido o que nos move (ou que esperamos que nos mova).
Naturalmente, a todos nós, mortais, a preguiça em movimentar o corpo se faz presente em algum momento, outros mais, outros menos. Em um texto extraído do Blog O Tempo, lemos que os animais, por exemplo, não gastam energia à toa. No zoológico, você jamais encontrará uma onça dando um pique para melhorar sua condição cardiorrespiratória, um gorila levantando peso, ou ainda uma girafa correndo, simplesmente, para melhorar a forma física. O “bicho preguiça”, então, nem preciso comentar.
Então, dentro da sua régua, meça o que precisa para viver melhor, mexa-se, ative-se, mas com aquilo que realmente traz prazer e felicidade, seja como causa ou consequência. Se exercite ao máximo, perceba os ganhos de uma vida saudável, mas se perdoe quando a motivação não chegar e você lá no íntimo nem se preocupar em procurá-la, porque sente que merece esse descanso.
Tudo na vida é equilíbrio, cuide-se e seja feliz! Hoje, por coincidência (ou não) não fui para a academia nem para a aula de boxe, morri por isso? Não! Apesar dos meus professores quererem me matar e, mesmo na certeza de que a vingança chegará, hoje escolhi falhar!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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