João Pessoa, 04 de agosto de 2013 | --ºC / --ºC
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A ameaça de um protesto violento fez o Santos driblar um grupo de cerca de 50 torcedores e a imprensa em sua chegada a São Paulo, na noite deste sábado. Ciente da ameaça de confusão, a delegação quebrou o protocolo e deixou o aeroporto de Guarulhos pelo terminal 4, afastado da área onde os fanáticos aguardavam com narizes de palhaço e até ovos.
Inicialmente, o Santos chegaria de um voo do Rio de Janeiro, onde a equipe fez escala, às 22h25. A aeronave atrasou cerca de meia hora, mas quando pousou, os jogadores e dirigentes fizeram um deslocamento interno até o terminal 4, que fica a 2,5 km de distância do terminal 2, onde eles eram aguardados. Com isso, eles conseguiram deixar o aeroporto por volta das 23h20 sem serem incomodados.
A estratégia adotada pelo clube pode ter evitado um protesto que se anunciava violento. Desde às 21h, torcedores do Santos se reuniam em frente ao portão de desembarque doméstico do terminal 2. No grupo heterogêneo, alguns vestiam camisas da organizada Torcida Jovem, mas a maioria estava à paisana.
Revoltados com a derrota por 8 a 0 para o Barcelona, os torcedores chegaram a se indispor com a imprensa, recusando pedidos de entrevista e filmagens ou fotografias. Um grupo estava aproveitando a espera para beber caipirinha em um copo que era compartilhado por todos. Outro aguardava afastado com sacolas que continham, entre outras coisas, ovos que provavelmente atingiriam jogadores e dirigentes.
Os cartolas eram o principal alvo dos fanáticos. A goleada sofrida no Camp Nou foi a terceira maior da história do Santos, e a diretoria chegou a emitir uma nota oficial na tarde deste sábado para tentar conter a crise.
O “drible” aplicado pela delegação não agradou. Durante toda a espera, a falta de informações concretas irritou os torcedores. A única previsão oficial veio da Polícia Militar, que por volta das 23h posicionou-se perto da concentração dos santistas com sete homens. Àquela altura, o sargento David Muniz dava como certa a passagem dos jogadores pelo local.
“Foi feito um contato com a Polícia Federal, mas eles não autorizaram a entrada do ônibus do Santos na pista, isso é só para autoridades. Essa é a única saída”, disse ele. Vinte minutos depois, tudo mudou. “Eles estão desembarcando pelo terminal 4”, disse Muniz à imprensa, antes de sair em disparada para o novo local.
Irritados, os santistas fizeram uma reunião e cogitaram correr os 2,5km que separavam os dois pontos para tentar alcançar o ônibus, opção descartada aos poucos. No fim, passaram a combinar novas formas de protestar, todas culminando no clássico da próxima quarta, contra o Corinthians, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro.
Uol
"INCLUSÃO DIGITAL" - 03/11/2025