João Pessoa, 14 de agosto de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pernille Blume venceu, contra todas as expectativas, os 50 m livre na Rio-2016. Foi o primeiro ouro da Dinamarca na natação desde 1948, mas se dependesse dos outros, a espera demoraria mais. No ano passado, a jovem de 22 anos parou com a natação por três meses porque não a deixavam treinar a distância que ela mais gostava. Ela fez uma pausa, resolveu tomar as rédeas da carreira e foi premiada com o maior prêmio do esporte mundial.
“Sempre me disseram que eu era baixa demais para os 50 m livre, preferiam que eu treinasse para os 100 m, mas eu me divirto tanto nos 50 m… Eu precisei parar para saber o que eu queria. Se é para eu me dedicar todo dia a alguma coisa, que seja para algo que me deixa feliz. Quando eu voltei eu falei: ‘É isso que eu quero’. Vocês estão vendo a minha versão real, e é uma versão bem feliz”, disse Pernille, sorridente ao lembrar do assunto.
A pausa da dinamarquesa aconteceu em agosto do ano passado, abalando a promissora equipe do país escandinavo. Em um esporte de alto rendimento como a natação, uma pequena aposentadoria, ainda que só por três meses, poderia ter tirado dela qualquer chance de medalha. De fato, o caminho até o ouro na prova mais rápida das piscinas não foi simples.
Pernille classificou-se para a Olimpíada só com o décimo melhor tempo da distância e não era cotada como favorita por quase ninguém. Desde que pisou no Rio, no entanto, ela dominou. Foi a mais rápida nas eliminatórias e nas semifinais e levou o ouro com o recorde dinamarquês, 24s07, batendo atletas mais cotadas como as irmãs australianas Bronte e Cate Campbell. Coroada, ela prefere não atacar quem a impediu de treinar como queria.
“Eu sempre fui uma das mais jovens do nosso time e as pessoas esperavam muito de mim. Elas só me davam apoio, mas eu vi que o que eu queria não era necessariamente o que eles queriam”, completou Blume, que também volta para casa com o bronze no revezamento 4×100 m medley.
Uol
DIZ MP - 06/10/2025