João Pessoa, 14 de maio de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mais de 35 mil imigrantes ilegais conseguiram atravessar o Mediterrâneo da costa africana até países da União Europeia neste ano, quase o mesmo número que em 2013, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Durante todo o ano passado, 43 mil imigrantes cruzaram essas águas, mas o pico registrou-se em 2011, durante a crise na Líbia, quando 60 mil pessoas fizeram essa travessia. Após anunciar esses números, a organização humanitária denunciou a falta de alternativas a essa perigosa travessia para os imigrantes africanos, que procuram um futuro melhor na Europa.
“Sentimo-nos desanimados pelo crescente número de vítimas entre os que pedem asilo, devido à falta de escrúpulos dos traficantes, em naufrágios de fracas embarcações”, disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards.
A última tragédia ocorreu segunda-feira (12), a cem milhas da Ilha de Lampedusa, na Itália, quando o naufrágio de uma barca causou a morte de 17 pessoas e o desaparecimento de outras 200, das cerca de 400 que estariam a bordo.
O responsável do Acnur adiantou que, segundo os dados das Nações Unidas (ONU), 259 imigrantes morreram afogados em naufrágios desde o fim de abril deste ano.
“Essas pessoas não têm outra solução além de atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa. Praticamente já não podem chegar por meios legais e a via terrestre está bloqueada pelo conflito na Síria”, explicou Edwards.
O Alto Comissariado considera que os governos devem oferecer alternativas legais a esses viajantes, por meio da reinstalação das autorizações humanitárias e da facilitação da reunificação familiar, para garantir que as pessoas em situação crítica tenham direito à proteção e ao asilo.
Agência Brasil
NA ONU - 23/09/2025