João Pessoa, 23 de setembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Procurando os moinhos de Quixote. Bato na porta de Manuel Bandeira, mas ele está ocupadíssimo com a Estrela da Manhã.
A anarquia vem ter comigo. Estou bem disposto. Poderia ter conversas espirituosas com outra gente, mas não vejo nenhuma possibilidade.
Duas mulheres batem no portão. Testemunhas de Jeová querendo entrar. Pedi que viessem no Natal, mas elas insistiram. Como sei que eram duas mulheres?
Anjo em chamas. Dor da perda. Por onde andas? Por aí, atrás da minha loucura.
Cavaleiro de fina chita cambaleia pela Rua Rodrigues de Aquino. Faz-me falta um amor. Ando a ouvir as canções de Lupicínio Rodrigues.
Diz a palavra, a palavra dada, a palavra do reino por um espaço. Aborrece-me, a repetição. Sempre as pessoas são loucas a fazer as coisas normais. Nunca mais, nunca mais. Longe, bem longe, sou um velho procurando músculos.
Sempre as pessoas a dizer avé-maria, mãe de Deus.
Ao Sócrates, a utilização da referência – “Cuidado com o vazio de uma vida ocupada”. Sempre a fingir que está tudo bem. Sempre a criticar o parceiro do lado. Não! Não é isso que quero.
Afastei-me dessa via. Não sou mesquinho, não sou merceeiro.
Estou do lado da confiança. Do lado do Criador. Da bailarina. Da moça que não espera por mim, ou eu por ela, que foi embora com o caixeiro viajante.
Entro nas casas, nas camas, falas, calas. Facas, guerras e guitarras.
Ilhas descobertas. A beleza arde e queima. O sexo é a tradução da viagem.
Vim aqui para criar. Assim devo continuar. É meu oficio. Assim é o artista. Provoco os outros.
Faço-os rir. Nada a chorar. Quem não faz sofrer, sofre.
A vida não é só comer, beber e sacar dinheiro. Ainda estamos aqui tentando chegar perto aos deuses.
Kapetadas
1 – A prioridade da maioria das pessoas são os próprios problemas e, depois, talvez, os seus.
2 – Habilidade sem prática é inútil.
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ZONA AZUL - 22/09/2025