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Depois de protestos em todo o país, CCJ do Senado derruba PEC da Blindagem

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publicado em 24/09/2025 ás 13h51
atualizado em 24/09/2025 ás 14h15
Senado

Depois de protestos em todo o país, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu, nesta quarta-feira (24), rejeitar a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que prevê a autorização do Congresso para abertura ações penais contra parlamentares. O relatório do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), contra a medida, foi apoiado por unanimidade no colegiado.

Para Alessandro, a proposta é “um retrocesso inaceitável”. “É uma PEC desenhada para proteger bandido. Foi testada no passado e levou a centenas de pedidos de investigação arquivados sem análise de mérito. O interesse público exige rejeição”, avaliou.

Os senadores paraibanos se posicionaram contra o texto. Nesta quarta, a senadora Daniella Ribeiro (PP) disse que a PEC é “um retrocesso”. Os senadores Veneziano Vital (MDB) e Efraim Filho (União) também foram contrários. Efraim, líder do União Brasil no Senado, orientou o partido a votar contra a proposta.

A rejeição se deu uma semana após a Câmara aprovar a PEC com uma votação expressiva, 353 votos a favor e 134 contrários, em um consórcio que uniu partidos da oposição, do Centrão, além de deputados da esquerda.

No fim da sessão, o presidente da CCJ, Otto Alencar, afirmou que, apesar de o regimento do Senado prever que, em caso de votação unânime, a proposta vai direto para o arquivo, o texto deve ser votado também no plenário. Segundo Alencar, houve um acordo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para que senadores que não fazem parte da comissão também se manifestem.

“Até porque nós somos 81 senadores e senadoras e todos querem se manifestar nesse sentido (de rejeitar a PEC)”, disse Otto.

A proposta aprovada pela Câmara previa:

Autorização prévia para processos criminais: deputados e senadores só poderiam ser processados com aval das respectivas Casas Legislativas.

Prisão em flagrante: apenas em crimes inafiançáveis, com votação secreta em até 90 dias; sem deliberação, a prisão seria revogada.

Medidas cautelares: buscas, bloqueios e quebras de sigilo só poderiam ser autorizados pelo STF.

Foro privilegiado ampliado: incluiria presidentes de partidos com representação no Congresso.

Pressão das ruas e cálculo político

Senadores que votaram para derrubar a PEC da Blindagem:

1.Eduardo Braga (MDB-AM)

2.Renan Calheiros (MDB-AL)

3.Jader Barbalho (MDB-)

4.Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)

5.Sérgio Moro (União-PR)

6.Soraya Thronicke (Podemos-MS)

7.Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)

8.Alessandro Vieira (MDB-SE)

9.Carlos Portinho (PL-RJ)

10.Eduardo Girão (Novo-CE)

11.Rogério Marinho (PL-RN)

12.Jorge Seif (PL-SC)

13.Magno Malta (PL-ES)

14.Esperidião Amin (PP-SC)

15.Laércio Oliveria (PP-)

16.Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

17.Omar Aziz (PSD-AM)

18.Eliziane Gama (PSD-MA)

19.Jorge Kajuru (PSB-GO)

20.Zenaide Maia (PSD)

21.Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

22.Angelo Coronel (PSD-BA)

23.Rogério Carvalho (PT-SE)

24.Fabiano Contarato (PT-ES)

25.Augusta Brito (PT-CE)

26.Randolfe Rodrigues (PT-AP)

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